Domingo, 19 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 4 de outubro de 2023
O ex-procurador foi cassado pelo TSE com base na Lei da Ficha Limpa.
Foto: Reprodução/TwitterO deputado federal cassado Deltan Dallagnol informou que deve ganhar salário equivalente ao do cargo elegível, de R$ 41 mil, para atuar como “embaixador” do Partido Novo. As informações são do portal O Antagonista.
O ex-procurador da Lava-Jato, que teve o mandato cassado em maio deste ano pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), se filiou à legenda na última semana.
Em entrevista ao Papo Antagonista veiculado nessa terça-feira (3), o parlamentar cassado afirmou que vai receber remuneração do partido para desempenhar uma função de “embaixador” para convocar novos nomes para filiação ao Novo:
“Eu vou ser remunerado pelo partido. Sempre fui remunerado por verba pública, como procurador da República e como deputado federal. A questão não é se vou ser remunerado por verba pública, e, sim, se vai ser feito um serviço com honestidade, com integridade e com um serviço pelo Brasil.”
Deltan e a esposa, Fernanda Dallagnol, se filiaram à legenda no último sábado (30), durante o 7º Encontro Nacional do Novo. Ela é cotada para concorrer à prefeitura de Curitiba pela sigla no próximo ano, uma alternativa encontrada por aliados diante de decisão do TSE pela cassação.
O ex-procurador foi cassado com base na Lei da Ficha Limpa, por ter se candidatado enquanto respondia a um processo administrativo dentro do Ministério Público, instaurado pouco antes de se desvincular do órgão para concorrer. Os ministros entenderam que houve fraude. Para o TSE, Dallagnol deixou a carreira de procurador tendo procedimentos administrativos em aberto contra ele.
No entanto, o estatuto do Novo proíbe a filiação de ingressantes com ficha suja ou que não estejam no pleno gozo de seus direitos políticos. Há dois artigos no documento, aprovado em 2018, que vão contra a situação jurídica de Deltan.
A decisão do tribunal pela cassação do registro de candidatura de Dallagnol foi dada em ação movida pela federação Brasil da Esperança (PT/PCdoB/PV) no Paraná e pelo Partido da Mobilização Nacional. As agremiações contestaram a condição de elegibilidade do ex-procurador.
Dallagnol chegou a recorrer ao Supremo Tribunal Federal pedindo uma decisão liminar (ou seja, provisória) para que ele ficasse no cargo até o esgotamento dos recursos. A solicitação foi rejeitada pelo ministro Dias Toffoli.
Ex-coordenador da força tarefa da Lava Jato no Paraná, Dallagnol foi eleito o deputado mais votado do Paraná nas eleições do ano passado, com 344.917 votos.