Quinta-feira, 31 de outubro de 2024
Por Redação O Sul | 4 de outubro de 2023
Trump está enfrentando uma série de questões judiciais que ameaçam suas pretensões e patrimônio.
Foto: The New York TimesCom a derrubada de Kevin McCarthy da Presidência da Câmara dos Estados Unidos, fato inédito na história norte-americana, a maioria republicana começou, a tentar reunir indicações para o futuro líder da Casa Legislativa, que ficará com a pauta travada até que haja uma resolução.
Enquanto ninguém desponta como favorito, Donald Trump, ex-presidente dos EUA, e pré-candidato do Partido Republicano com maior intenção de votos à Casa Branca nas eleições de 2024, teve o nome citado por alguns deputados que defenderam sua nomeação como presidente da Casa ainda neste ano. Trump está enfrentando uma série de questões judiciais que ameaçam suas pretensões e patrimônio.
Parlamentares como Troy Nehls, do Texas, e Marjorie Taylor Greene, da Geórgia, foram às redes sociais defender que o magnata da construção civil é o candidato ideal para unir as diferentes facções do partido em torno de uma candidatura unificada.
“O único candidato para presidente [da Câmara] que eu apoio atualmente é o presidente Donald Trump. Ele vai acabar com a guerra na Ucrânia. Ele vai proteger a fronteira. Ele vai acabar com o uso político do governo. Ele vai fazer a energia da América livre novamente. Ele vai aprovar uma lei para parar com cirurgias de mudança de gênero em crianças e manter homens fora dos esportes femininos. Ele vai apoiar nossos militares e nossa polícia. E muito mais!”, escreveu Taylor Greene em uma publicação na rede X (antigo Twitter).
Embora a possibilidade pareça fora da realidade, Trump, em tese, realmente poderia ser eleito presidente da Câmara.
Conforme a Constituição americana, a posição de House Speaker (o equivalente a presidente da Câmara no Brasil) não precisa ser ocupada por um membro eleito da Casa Legislativa. Caso fosse indicado pelos deputados e recebesse o número mínimo de votos necessários, o ex-presidente assumiria o cargo.
Por outro lado, ninguém sabe exatamente como seria este processo. Nos mais de 230 anos de História da Câmara dos EUA, a Casa nunca foi presidida por um representante que não fosse um deputado eleito. Não há nenhum precedente sobre como ficariam os quóruns de votação, ou mesmo se Trump, apesar de presidente, teria direito a voto.
A revista americana Newsweek avaliou a chance do ex-presidente assumir o cargo como pouco provável. A publicação lembrou que Trump já foi votado para o cargo durante as sucessivas votações em janeiro, que terminaram com a vitória de Kevin McCarthy (na ocasião, Trump recebeu o voto do deputado Matt Gaetz, que propôs a moção que terminou com a deposição de McCarthy). Contudo, o próprio Trump negou o interesse de assumir o cargo, em uma entrevista em março do ano passado, também citada pela revista.
“Não. Não é algo que eu queira fazer. Eu quero entender o que está acontecendo, e então nós faremos algo a respeito. Não, não é algo que eu estaria interessado”, disse Trump na época.