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Cinema Filme “Em um Bairro em Nova York” valoriza a experiência do imigrante latino

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Cena do filme 'Em um Bairro em Nova York', de Lin-Manuel Miranda. (Foto: Divulgação)

Quando “Em Um bairro de Nova York” estreou nos Estados Unidos, nesta sexta-feira (11), poderia parecer que chegou a salvação. O filme, obra de inspiração popular, é repleto de música e dança, digno dos antigos musicais da MGM, uma exuberante celebração da experiência dos latinos com a imigração, a respeito da vida em uma vizinhança de misturas étnicas e culturais, durante um fervilhante verão nova-iorquino.

O longa, que tinha lançamento previsto originalmente para junho do ano passado, chega envolto numa aura de acontecimento cultural para uma das mais flagrantemente desconsideradas comunidades retratadas pelo filme. E, como uma enorme celebração do cinema, Em um Bairro de Nova York terá a possibilidade de reacender uma experiência teatral de euforia e dança quase morta ao longo do ano passado. Mas quanta coisa o filme é capaz de levantar? “É muita coisa”, suspira Miranda, “para um só musical”.

Ainda assim, este momento pareceu predestinado, apesar da inclinação anterior de Miranda para lançar o filme em plataformas de streaming no ano passado. Em um Bairro de Nova York é um gigantesco lembrete do que estávamos perdendo, no ano passado, dentro e fora das telas, por causa da pandemia. Chu chama o filme de “vacina contra tristeza”.

“No primeiro dia de filmagem, fizemos um círculo e foi tipo, ‘Deixa essa pressão ir embora, vamos entreter pra caramba essas pessoas e pronto'”, recorda-se Chu, diretor de Podres de Ricos. “Filmamos durante o melhor verão das nossas vidas, em 2019”, afirma Miranda. “Isso mostra como é maravilhoso quando nos juntamos para cantar uma música ou abraçamos nossos pais sem medo. Agora isso afeta a gente de um jeito diferente.”

Em um Bairro de Nova York foi elogiado quase universalmente pelos críticos. Mas por mais que o musical passe a certeza de que vai estourar nas bilheterias e representará um marco na cultura das comunidade latina dos EUA, o filme estreia em cinemas prejudicados pela pandemia.

O extenso caminho da fita à tela – planos que começaram somente quando Hamilton, de Miranda, fez sucesso na Broadway – significará um teste crucial para os cinemas. Outro percalço: a Warner Bros. lança o filme simultaneamente na HBO Max americana.

Os realizadores esperam que Em um Bairro de Nova York possa representar para os latinos o que Pantera Negra representou para os negros americanos ou o que Podres de Ricos representou para os asiáticos americanos. Os hispânicos, a maior minoria dos EUA, constituem uma fatia ainda maior entre frequentadores de cinema, apesar de normalmente ausentes das maiores produções de Hollywood. Para Chu, a experiência de marco cultural e sucesso da cultura pop que ele teve com Podres de ricos depende principalmente do público.

“Mesmo em Podres de Ricos não dava para dizer que seria assim. Só deu para perceber isso a partir do segundo fim de semana, quando as pessoas começaram a voltar para assistir novamente, e do terceiro fim de semana, quando pessoas que não vão ao cinema começaram a aparecer”, afirma o diretor. “Comprar ingressos para esse filme – tomar uma atitude em vez de ficar apenas no discurso – virou uma manifestação democrática que nenhum estúdio poderia inventar.”

Oscilando entre mares de dançarinos que ocupam a tela inteira e retratos íntimos da vida dos imigrantes, Em um Bairro de Nova York conta uma história tanto particular quanto comunitária. Em um papel escrito originalmente por Miranda, Anthony Ramos estrela o filme como Usnavi, um dominicano que vive nos EUA, dono de uma bodega e que sonha voltar para o Caribe. Ramos já havia interpretado Usnavi em uma montagem regional do musical, mas o sucesso veio com “Hamilton”, em que interpretou dois papéis, de John Laurens e Philip Hamilton.

Os versos e o pano de fundo de Em um Bairro de Nova York são especialmente significativos para Ramos que, nascido em Bushwick, exibe no filme um desempenho capaz de alçá-lo ao estrelato, impregnado pela malandragem da gíria nova-iorquina e o carisma de seu grande sorriso.

“As histórias de todos esses personagens soam tão familiares à minha vida e às pessoas na minha vida, que eu via as comunidades em que cresci, em Bushwick e no Brooklyn, em Nova York”, afirma Ramos. “São registros da comida que cresci comendo, da música que cresci escutando. Eu sei quem é o cara da raspadinha de gelo.”

Uma sensação de responsabilidade pesou sobre Ramos durante as filmagens em Washington Heights. Antes de filmar cenas particularmente poderosas, Ramos gritava para a equipe: “Pela cultura!” – um ritual que ele aprendeu com Spike Lee quando atuou na série Ela Quer Tudo.

“Isso significava que estávamos no mesmo lugar, no mesmo momento, fazendo um filme e contando uma história maior que nós mesmos”, afirma Ramos. “Esse filme não é só nosso. É das pessoas que vieram antes de nós e das pessoas que virão depois. É dedicado a todos que já tiveram de fazer sacrifícios, que foram obrigados a derrubar uma barreira para conseguir ser aceitos.”

 

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https://www.osul.com.br/filme-em-um-bairro-em-nova-york-valoriza-a-experiencia-do-imigrante-latino/ Filme “Em um Bairro em Nova York” valoriza a experiência do imigrante latino 2021-06-11
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