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Colunistas Flávio Dino no Supremo

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(Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Assisti uma boa parte da sabatina de Flávio Dino. Diz-se que Dino é um esgrimista da palavra. Mas a sua tarefa de bem responder aos questionamentos que lhe foram endereçados foi muito facilitada pelo nível dos senhores deputados e senadores bolsonaristas.

Nunca me havia detido com um grupo tão numeroso de uma só vez de políticos ligados a Bolsonaro. Cada um deles ocupa um lugar de destaque na coluna dos homens públicos mal formados, despreparados, impregnados de valores equívocos, com graves deficiências do idioma, e todos eles tomados das mesmas narrativas tortuosas.

Um debate como aquele demonstra o quanto estamos distantes de viver em um país civilizado. Os bolsonaristas, às convicções destituídas de empatia, da lógica comum, do bem senso e de princípios elevados, acrescem o desagradável estilo da contundência, do tom alto e raivoso da voz. São como que soldados em batalha. Querem ganhar no grito, não no raciocínio, no argumento. É um escracho, não uma arguição de postulante ao cargo de ministro do STF.

Têm escassa noção das instituições, do que seja o estado de Direito, do papel dos poderes, das tarefas que a cada um incumbe. Não falam para persuadir ninguém, não agregam argumento novo ou velho, o saber ralo se revela quase que em cada frase.

Parecem estar ocupados tão somente em satisfazer os seus leitores, tantas vezes – como se viu em 8 de janeiro – estridentes, em estado permanente de exaltação, à beira da apoplexia: os seguidores nas redes sociais aplaudirão de pé a “coragem” desses personagens de fancaria, darão ressonância aos ditos e contraditos, e às inacreditáveis bobagens que se intercalam a cada vez que usam a tribuna.

Não há um único pronunciamento calmo, ponderado, todos falam com o dedo em riste e a faca nos dentes. Falta pouco para que a carótida se parta ao meio, e para que vaze da boca a espuma da raiva.

Não é um espetáculo edificante.

Em clima assim, um personagem sensato, conhecedor da lei e do seu ofício, sem telhados de vidro como Dino, deitou e rolou. Mostrou segurança. Citou artigos e parágrafos da lei de cabeça – esnobou no quesito de notável saber jurídico

Disse a um deputado que o interpelou que respeitava a opinião de quem o acusava de ter feito um mau governo no Maranhão. Mas ele dava mais valor ao juízo do povo maranhense, que o fez governador, o reelegeu em primeiro turno, e em 2022 lhe deu o título de senador eleito com o maior número de votos da história.

A outro, que criticou a falta de providências diante do aumento da criminalidade no seu estado, explicou pacientemente que cada ente estatal tem atribuições próprias, instâncias de atuação, e que não cabia a ele (ministro da Justiça) assumir aquelas funções, do mesmo modo que o interpelante, deputado federal, não poderia atuar na Câmara de Vereadores ou na Assembleia Legislativa.

Escapou com elegância de todas as armadilhas que lhe prepararam e foi indiscutivelmente foi o grande vitorioso do embate.

Vai ser um bom ministro? O tempo dirá. O que é certo: Flávio Dino reúne as condições para o cargo – reputação ilibada e o conhecimento jurídico. Não envergonhará os brasileiros.

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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https://www.osul.com.br/flavio-dino-no-supremo-2/ Flávio Dino no Supremo 2023-12-23
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