Quarta-feira, 05 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 7 de abril de 2022
O empresário Antônio Carlos Ramos (à dir.) o advogado Mário Pinho (ao lado) e o médico Gian Carlo Nercolini (ao fundo).
Foto: ReproduçãoAs buscas pelo avião que desapareceu na Argentina com três brasileiros se concentraram nos arredores de uma propriedade rural em Puerto Deseado, no litoral. O bimotor que levava os empresários catarinense Antônio Carlos Castro Ramos, o médico Gian Carlo Nercolini e o advogado Mário Pinho, fez uma parada alternativa no aeroporto da cidade antes de desaparecer. O avião desapareceu na quarta-feira (6).
Uma das hipóteses é que o trio tenha enfrentado uma formação de gelo durante a viagem. “Aparentemente eles carregavam muitas formações de gelo nas asas, o que produz um peso que não permite que você voe”, segundo a imprensa local.
Ainda de acordo com a imprensa argentina, houve fortes tempestades na área onde a aeronave fez sua última comunicação. As chuvas ultrapassaram os 40 milímetros em poucas horas. Segundo as autoridades argentinas, três aviões saíram do mesmo local, mas dois deles se deslocaram para Puerto Madryn. Apenas o monomotor RV-10 com matrícula PP-ZRT, que pertence ao empresário Antônio Carlos Ramos, não chegou ao seu destino.
Familiares de Nercolini tentaram convencê-lo a não ir a um festival em comemoração do aniversário de 87 anos do Aeroclube de Comodoro Rivadavia, motivo da viagem ao país.
O último registro de comunicação ocorreu nas proximidades da vila de Bahía Bustamante, na província de Chubut. Desde que a Defesa Civil argentina foi notificada sobre o desaparecimento, por volta das 17h de quarta, são realizadas buscas na região, uma área entre o mar e a costa. Até o momento, nenhum vestígio foi encontrado. As equipes de resgate precisaram interromper a operação aérea nesta quinta-feira (7) em razão do mau tempo. As buscas terrestres continuam.
A Empresa Argentina de Navegação Aérea (Eana), órgão que controla o trânsito de aviões no país, informou nesta quinta que o equipamento que auxiliaria na localização da aeronave não foi ativado.
“Eles desapareceram do radar, e ninguém sabe onde estão. Continuaram as buscas aéreas pela madrugada e retomaram as terrestres hoje [quinta] pela manhã, mas não acharam pedaço de peças, escombros, nada”, disse a filha do médico, Nicole Nercolini, de 26 anos. “Estou desesperada atrás de notícias. É bem difícil essa situação”. A estudante mora em Curitiba e mantém contato com um dos brasileiros que estava em uma segunda aeronave.
Foi por meio de um amigo da família que a filha do médico soube sobre o sumiço do avião. Nicole e a tia haviam alertado o ginecologista sobre as condições da região para onde viajou na Argentina. Gian Carlo frequentava o Aeroclube de Santa Catarina em quase todos os finais de semana e tinha licença para voar, mas não havia participado até então do evento fora do país, segundo a estudante. O perfil do aeroclube no Facebook parabenizou, em 2018, o ginecologista “pelo cheque inicial de piloto privado”. “Eu já fiquei receosa quando soube. Não tinha quase ninguém no lugar, era um lugar inóspito, com muita geleira. Minha tia também tentou convencê-lo a não ir, porque passava pela Cordilheira dos Andes”, contou Nicole.