Quinta-feira, 19 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 10 de fevereiro de 2022
A Fórmula 1 só começa, de fato, em 20 de março, com o GP do Bahrein. Mas pode-se considerar que a esperada temporada de 2022 deu a largada nesta semana com o lançamento dos novos carros sob o regulamento que promete revitalizar a categoria, criando maior competitividade entre as equipes e promovendo mais pegas nas pistas com as mudanças aerodinâmicas. Com as presenças do atual campeão mundial Max Verstappen, que escolheu estampar o número 1 no bico, e do companheiro Sergio Pérez, na quarta-feira, a Red Bull foi a primeira entre as grandes a apresentar o seu modelo, o RB18 – a Haas, lanterninha do campeonato, apresentou na semana passada uma versão virtual do monoposto.
Ao longo deste mês, todas as escuderias apresentarão seus modelos, e as primeiras impressões do novo regulamento serão vistas nos testes de pré-temporada. Primeiro em Barcelona, no Circuito da Catalunha, de 23 a 25 de fevereiro. Depois, de 10 a 12 de março, os pilotos correm no Circuito de Sakhir, no Bahrein.
Até lá, todas as mudanças são analisadas em teoria. Como cada carro vai se comportar nas pistas é uma incógnita, mas diante dos inúmeros dados coletados atualmente pelas equipes é possível ter uma visão mais próxima da realidade.
“Em termos de carro, não sabemos o que esperar, então estou animado para ver como ele se comportará na pista pela primeira vez. A maior adaptação desta temporada será ao novo regulamento, precisaremos de algum tempo para nos acostumar com o carro, não é como se você simplesmente entrasse e fosse uma atualização do ano passado. A visão é diferente do cockpit por causa dos pneus maiores”, disse Verstappen, que brincou sobre a sua mudança de número: “Escolhi o 1 porque é mais bonito do que 33.”
A volta do efeito solo
É com base nos estudos dos engenheiros responsáveis pelo novo regulamento que a organização da Fórmula-1 sopra aos quatro ventos que esta será a maior mudança na categoria dos últimos 30 anos. A última grande transformação foi em 2014, com a entrada dos motores híbridos, que acabaram com a hegemonia da Red Bull e alavancaram o domínio da Mercedes, única campeã de construtores desde então.
A nova Fórmula 1 prevê mais disputas durantes as corridas, ultrapassagens constantes, teto orçamentário menor a fim de diminuir a distância entre as equipes e mais escuderias e pilotos na briga pelo título. Como isso será possível? Com uma grande transformação aerodinâmica.
Como visto no RB18, os carros serão mais limpos, com menos acessórios aerodinâmicos nas asas, de linhas mais arredondadas e um visual mais integrado entre todos os componentes do chassi. Os pneus cresceram e agora terão 18 polegadas, dando um ar mais agressivo aos monopostos. E o efeito solo, que já fez parte da F1 em décadas passadas, está de volta. As unidades de potências, no entanto, serão as mesmas de 2021.
Tudo isso para permitir que os carros possam andar mais próximos uns dos outros por mais tempo e as ultrapassagens em todos os pelotões sejam constantes. Principalmente nas curvas de alta velocidade.
“É um novo conceito de carro. Há 30 anos, o chamado efeito solo já foi usado na Fórmula 1. Consiste em ter o assoalho do carro como principal ponto de aderência ao solo no lugar das asas traseiras e dianteiras. Isso promove menos turbulência no carro e há um ganho aerodinâmico vindo das asas. Assim, quando um carro se aproximar do outro, por ter menos turbulência, não haverá tanta perda aerodinâmica. Até ano passado, estimava-se uma perda de 50% da pressão numa distância de três a quatro metros. Agora, a perda será de 10% a 15%”, explica Max Wilson, comentarista de Fórmula 1 da Bandeirantes.
Com a redução de testes privados, para cortar custos, o regulamento mais enxuto e menos possibilidades de mudanças nos carros ao longo da temporada, é possível ter uma ou outra surpresa no campeonato – a lembrança do título da estreante Brawn, em 2009, com Jenson Button, vem logo à tona. Por isso, a pré-temporada está sendo tão aguardada.
“É praticamente tudo novo. O carro está pronto, mas não totalmente pronto”, disse o chefe da Red Bull, Christian Horner, destacando o teto orçamentário ainda menor para este ano, que terá de ser utilizado de forma inteligente. As informações são do jornal O Globo.