Domingo, 28 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 22 de outubro de 2018
Golpistas estão usando sites falsos para roubar dados de cartão de crédito em São Carlos (SP) e região. É preciso ficar atento às faturas e registrar boletim de ocorrência para investigação e para que as medidas de segurança sejam reforçadas.
Somente neste ano, de janeiro a agosto foram identificados mais de 920 mil golpes com cartão de crédito no País. São quase 3 casos por minuto.
Golpe
Em São Carlos, o professor Adalberto Belgamo foi vítima dos criminosos. Eles usaram os dados dele para fazer compras de R$ 3 mil no exterior. O dinheiro foi estornado, mas o susto fez ele ser mais cauteloso.
“Hoje em dia eu prefiro conhecer a empresa. Se for comprar alguma coisa eu fuço, fico vendo se ela tem algum problema, se é idônea”, afirmou.
Dados do cartão
Com a presença dos chips e do desbloqueio por meio senha, a clonagem de cartões ficou mais difícil, mas os fraudadores encontram um novo caminho.
Agora não é preciso ter acesso ao cartão de crédito da vítima pra fazer os gastos em nome do verdadeiro dono, bastam ter os dados deles.
“Nós temos um problema de sites falsos e uma vez inseridos os dados não há mais controle do que pode ser feito com esses dados, mesmo porque fornece nome completo, CPF, número do cartão e o código de segurança”, disse o presidente da comissão de direito digital da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Araraquara, Rodrigo Coxe.
Nova forma de agir
Os bandidos também mudaram o jeito de agir. Às vezes o valor é tão pequeno que o dono nem percebe na fatura. Os fraudadores fazem isso pra testar se o cartão e válido e também pra saber qual o limite. Por isso os torpedos de compra ganham cada fez mais importância.
O serviço de alerta por SMS pode ser autorizado nos bancos, assim é possível saber quando um gasto é feito no cartão, facilitando a conferência por parte do seu dono verdadeiro.
O servidor público José Adilson de Abreu Júnior começou a receber SMS do aplicativo do banco inicialmente com valores pequenos. A segunda clonagem ocorreu há quinze dias, mas dessa vez os fraudadores foram bem mais ousados.
“Começou com esses testes, com recarga de celular, só que foram diversas na sequência. E tiveram compras de R$ 400, R$ 500 e as duas últimas em torno de R$ 5 mil e R$ 6 mil”, afirmou.
Ele oficializou a reclamação junto ao setor de segurança da empresa e diminuiu o limite.
Estelionato
O presidente da comissão de direito digital da OAB diz que, apesar de ser um crime cibernético, a nova clonagem de cartões de crédito pode ser enquadrada como estelionato.
“Você coloca a pessoa numa situação de fraude porque convence a pessoa a fazer algo que para ela é real, mas tudo não passa de um teatro. O estelionato pode ter uma pena de até 5 anos de prisão”, afirmou.