Quinta-feira, 22 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 9 de abril de 2021
O Google anunciou uma novidade para tentar minimizar discursos de ódio na internet. A empresa decidiu bloquear vários termos que não poderão ser mais usados como palavras-chave de anúncios em vídeo no YouTube. A mudança segue um relatório do The Markup, que descobriu que anunciantes procuram termos como “vidas brancas importam” e “poder branco” para divulgarem suas marcas na plataforma.
Numa breve pesquisa no Google, é possível encontrar centenas de milhões de vídeos de canais relacionados à “supremacia branca” e outros termos de ódio, incluindo “Todas as Vidas Importam” e “Vidas Brancas Importam” – frases usadas como tréplicas para a famosa “Black Lives Matter” (“Vidas Negras Importam”, em português).
O The Markup também descobriu que a companhia estava proibindo anunciantes de usarem “Black Lives Matter” como palavra-chave. Questionado, o Google afirmou que bloqueou outros termos de justiça racial e social, como “excelência negra” e “direitos civis”.
Um porta-voz da plataforma de buscas disse à imprensa internacional que “a empresa condena e leva muito a sério questões de ódio e assédio”. Ele reconheceu que “os termos identificados são ofensivos e prejudiciais, por isso foram bloqueados ao violarem as políticas da empresa”.
Por outro lado, o YouTube afirmou que possui várias camadas de proteção para evitar anúncios ofensivos ou prejudiciais e que remove regularmente vídeos que contenham incitação ao ódio. No ano passado, a empresa excluiu mais de 867 milhões de anúncios que tentaram “escapar” dos sistemas de detecção e mais de 3 bilhões que violavam suas políticas.
O Google luta contra o discurso de ódio há vários anos. Em 2019, foram banidos alguns conteúdos ligados ao movimento “supremacia branca”. A empresa restringiu os canais de monetizar vídeos que vão contra suas políticas de discurso de ódio, impedindo-os de veicular propagandas. Segundo a CEO do YouTube, Susan Wojcicki, “a política contra o discurso de ódio da empresa proíbe vídeos que alegam que um grupo é superior a outro com base em qualidades como raça, gênero, religião ou orientação sexual, para justificar discriminação, segregação ou exclusão”.