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Economia Governo espera que a nova presidente da Petrobras “faça acontecer” e fale pouco “para fora”

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Magda Chambriard foi indicada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva como presidente da Petrobras. (Foto: Wilson Dias/Agência Brasil)

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirma esperar que a nova presidente da Petrobras, Magda Chambriard, tenha “coragem para fazer acontecer” na estatal, após a demissão de Jean Paul Prates. A pauta, diz ele, não muda: ampliar investimentos em gás, fertilizantes e refinarias.

Discordâncias sobre a condução dessa política levaram Silveira e Prates a ficarem de lados opostos, embora o ministro negue que uma disputa entre os dois tenha levado à troca no comando da estatal na semana passada. Em entrevista ao jornal O Globo, ele afirma que Lula tomou a decisão de demitir Prates “por um conjunto de questões”, e que não haverá solavancos na empresa.

Ele negou que haverá loteamento na diretoria e disse que, se fosse presidente da Petrobras, se preocuparia “pouco em falar para fora” e muito em se relacionar bem com o acionista controlador. Esse conselho, completa, não precisa ser dado à Magda:

“Até porque ela lê jornal.”

Ele defendeu a prospecção de petróleo na região conhecida como “Foz do Amazonas” e criticou os “ambientalistas radicais” que, para ele, não “contribuem” com o País.

O ministro afirmou ainda que não há decisão tomada, pelo governo, se haverá prosseguimento na tentativa de acordo com a Eletrobras sobre a composição do Conselho de Administração da empresa. O governo foi à Justiça para aumentar a sua participação no colegiado, já que permanece com mais de 40% das ações e ficou com apenas uma cadeira no colegiado após a privatização da empresa.

Leia trechos da entrevista do ministro:

1) Após ser demitido, Jean Paul Prates escreveu uma nota interna dizendo que foi comunicado na presença “regozijada” do senhor e do ministro Rui Costa, da Casa Civil. Como recebeu isso?

Isso nos deixou perplexos. Para deixar claro: não existia uma disputa entre o ministro de Minas e Energia e o presidente da Petrobras. Todas as vezes que o Prates me abordou no intuito de fazer uma aliança, eu sempre dizia: “você está enganado, você não tem que tratar isso comigo”. O presidente da Petrobras despacha com o presidente da República. A pauta do gás, por exemplo, não é do ministro, é do governo. A Petrobras é monopolista dos gasodutos de escoamento no Brasil e nós precisamos aumentar a oferta. Isso nunca foi uma prioridade da Petrobras. Espero que a Petrobras entenda isso.

2) Além do gás, quais outros pontos geraram divergências?

Não vou chamar de divergência porque ele participou da aprovação pelo Conselho (de Administração) de um plano de investimento. Nesse plano de investimento, nós todos, legitimamente, debatemos investimentos em gás, nas refinarias, nas fábricas de fertilizantes paralisadas. O que eu sempre defendi de forma contundente foi mudança da política de preço e celeridade para que a gente pudesse, no mínimo, iniciar os investimentos em fertilizantes, aumentar a oferta de gás para reindustrializar o Brasil. Pautas óbvias. Todo mundo sabe que nós pensamos assim.

3) Mas havia muita disputa do senhor com o Prates…

Defendo a pauta do governo numa empresa que é controlada pelo governo. Isso sempre foi natural na relação entre o ministro de Estado e a direção da Petrobras. Dessa vez, isso foi mais explicitado, talvez pela circunstância, talvez pela minha forma de ser, de expressar aquilo que eu penso com contundência.

4) Houve constrangimento na reunião em que o presidente demitiu o Prates?

Constrangimento, não. Não é confortável viver o momento da demissão de alguém. Porém, nenhum de nós tem o direito de constranger o maior líder político do Brasil a fazer a parte da sua equipe por quaisquer motivos.

5) O que a Magda Chambriard fará diferente de Prates?

Uma pessoa que assume a posição de presidente de uma empresa com a complexidade da Petrobras depois de conhecer tão explicitamente o que pensa o seu acionista controlador é porque está disposta a se esforçar para fazer aquilo (que o controlador defende). As mulheres quando pegam essa missão o fazem com muito zelo, mas com muita autoridade. Percebi nela disposição, sensibilidade e autoridade para executar as coisas da forma que devem ser executadas. E humildade para ouvir todo mundo e dialogar. Deus nos deu dois ouvidos para ouvir, nos deu discernimento para decidir e nos deu – pelo menos, à maioria – coragem para fazer acontecer. E é isso que a gente espera da presidente da Petrobras. A pauta já é conhecida. Não tem nada de diferente do que sempre defendemos. Não há por que se criar instabilidade e expectativa diferente do que está público.

6) Haverá loteamento de diretorias?

Não existe sequer uma vírgula de diálogo desse tipo. A presidenta esteve comigo aqui durante duas horas e meia sem absolutamente entrarmos em nenhum assunto que se referisse à governança. Ela terá independência para escolher a diretoria. Há natural participação do acionista controlador nas decisões, não é intervenção. Se eu fosse o presidente da Petrobras, me preocuparia muito pouco em falar para fora. Eu me dedicaria à gestão da empresa e me preocuparia em me relacionar bem com o acionista controlador. Esse é o desafio.

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