Segunda-feira, 20 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 1 de maio de 2023
A senadora Tereza Cristina (PP-MS), que foi ministra da Agricultura no governo de Jair Bolsonaro, disse que um grupo de sem-terra tentou ocupar uma das fazendas de sua família, em Terenos (MS), no último domingo (30).
Segundo publicação no Twitter, o grupo deixou a área em poucas horas, pacificamente, após intervenção da Polícia Militar.
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) nega qualquer tentativa de ocupação em áreas ligadas à parlamentar.
“Ainda que seja figura proeminente do agronegócio e tenha em seu histórico a condução do Ministério da Agricultura durante o governo Bolsonaro, o MST não organizou nem apoiou nenhuma ação em latifúndios da senadora”, disse o movimento, em nota.
“Repudiamos a tentativa de vincular a luta do MST à ação ocorrida na propriedade ligada à senadora. Em um momento de avanço da criminalização contra o MST, através, por exemplo, da instalação de uma CPI ilegal contra nós, tais vinculações só servem para incitar a sociedade contra a luta legítima do Movimento. É esta luta que nos permitiu, durante a pandemia, doar mais de 8,5 mil toneladas de alimentos saudáveis à população mais carente. Seguiremos em nossa luta histórica em defesa da Reforma Agrária Popular, da produção de alimentos saudáveis, da luta contra o latifúndio e da reconstrução do país”, afirmou a nota assinada pela Direção Estadual do MST no Mato Grosso do Sul.
“Conselhão”
O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou que o governo incluiu MST no Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável. O “Conselhão”, recriado em março pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é formado por movimentos sociais para auxiliar na formulação de políticas públicas.
“O presidente Lula convidou o MST para o Conselhão e o convite foi aceito”, disse Padilha no Twitter, no último sábado (29). O ministro ainda criticou a criação de uma CPI sobre o movimento. “Aproveito para ressaltar que não existe nenhum fato determinado, como exige a Constituição, para a criação de eventual CPI sobre o MST.”
O convite para o Conselhão ocorre em meio à intensificação de invasões pelo grupo. No “Abril Vermelho”, o MST invadiu terras produtivas e uma área da Embrapa, em Pernambuco.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, comparou as invasões promovidas pelos sem-terra aos atos extremistas de 8 de janeiro. Paulo Teixeira, titular do Desenvolvimento Agrário, rebateu o colega: “Não vejo nenhuma relação”.