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Geral Guerra na Europa: Lula é criticado por acusar a Ucrânia de culpa pelo conflito

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“A decisão da guerra foi tomada por dois países”, disse Lula, antes de deixar os Emirados Árabes, onde foi recebido pelo Xeique Mohammed bin Zayed Al Nahyan. (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

Após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter acusado a Ucrânia de também ser responsável por uma guerra na qual é vítima de invasão e no mesmo dia em que o petista recebeu o chanceler russo Sergei Lavrov, em Brasília (DF), os Estados Unidos e a União Europeia reagiram e enviaram duras respostas ao governo brasileiro. Segundo a Casa Branca, o posicionamento de Lula sobre o conflito é “profundamente problemático” e “equivocado”, além de repetir propaganda da Rússia e da China.

Em defesa da política externa, o chanceler Mauro Vieira rebateu os EUA e negou que o Brasil propague o discurso russo. Lula, que não se manifestou nesta segunda-feira (17), afirmou em viagem à China e aos Emirados Árabes Unidos que tanto Moscou quanto Kiev agiram pela deflagração da guerra. O petista já disse também que americanos e europeus incentivam o conflito.

“Nós acreditamos que é profundamente problemático como o Brasil abordou de forma substancial e retórica esta questão, sugerindo que os Estados Unidos e a Europa de alguma forma não estão interessados na paz ou que compartilhamos a responsabilidade pela guerra”, disse John Kirby, porta-voz de Segurança Nacional da Presidência dos EUA, sem citar Lula. “Francamente, neste caso, o Brasil está repetindo propaganda russa e chinesa sem olhar para os fatos.”

Kirby afirmou que os EUA querem o fim da guerra e apoiam os apelos do presidente ucraniano Volodomir Zelenski. De acordo com o porta-voz americano, o fim do conflito poderia ser imediato, caso o presidente russo Vladimir Putin parasse de atacar.

O porta-voz da Comissão Europeia, Peter Stano, negou que as ações do bloco tenham alimentado o conflito e enfatizou que a Rússia é a agressora. “A verdade é que a Ucrânia é vítima de uma agressão ilegal que viola a Carta das Nações Unidas”, disse. Stano lembrou que o Brasil votou a favor da resolução nas Nações Unidas que condena a decisão de Moscou de invadir a Ucrânia.

Stano agradeceu a sugestão de Lula de criar um G-20 para buscar uma solução pacífica. Segundo ele, a União Europeia apoia iniciativas de paz desde antes da invasão e todas elas foram respondidas por Putin com escalada de hostilidades.

O estopim da reação das potências ocidentais são as recentes declarações de Lula. “A decisão da guerra foi tomada por dois países”, disse, antes de deixar os Emirados Árabes, onde foi recebido pelo Xeique Mohammed bin Zayed Al Nahyan.

A guerra, porém, começou em 24 de fevereiro de 2022, quando bombas russas foram lançadas contra alvos militares ucranianos. A ordem para o início da ação foi dada por Putin em represália a uma suposta aproximação da Ucrânia com os países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). A comunidade internacional condenou a investida russa contra o país vizinho.

Chanceler brasileiro, Vieira tratou das declarações dos Estados Unidos e da Europa, no Palácio da Alvorada. Foi na residência oficial que Lula recebeu Lavrov. O russo chegou cedo à capital federal e seguirá em viagens oficiais por Venezuela, Nicarágua e Cuba – regimes autoritários de esquerda.

“Não concordo de forma alguma (com a fala de Kirby)”, disse Vieira, ao ser questionado por jornalistas. “Eu não sei como ou por que ele chegou a essa conclusão”, afirmou. “Na conversa tanto comigo quanto com o presidente não entramos em questões de guerra, entramos em questões de paz.”

Mais cedo, Lavrov afirmou no Palácio do Itamaraty que o Brasil e a Rússia têm visões coincidentes sobre a guerra. Segundo ele, os russos querem uma solução duradoura para o conflito e não de imediato. Ele agradeceu a proposta do grupo de paz e a rejeição do Brasil às sanções unilaterais.

“As visões do Brasil e da Rússia são únicas em relação aos acontecimentos na Rússia”, afirmou Lavrov, ao lado de Vieira. A declaração foi traduzida, em inglês, pelo Ministério das Relações Exteriores russo como “abordagem similar” do Brasil e da Rússia para s acontecimentos no mundo.

Já Vieira disse que defendeu a paz. “Reiterei nossa posição em favor de um cessar-fogo imediato, de respeito ao direito humanitário e de uma solução negociada com vistas a uma paz duradoura que contemple as preocupações securitárias de ambos os lados”, disse, antes de almoço com seu homólogo. O assessor especial da Presidência Celso Amorim, recentemente recebido em Moscou por Putin, também participou da recepção.

Esta é a primeira viagem de Lavrov ao Brasil desde o início da guerra na Ucrânia. O longevo diplomata, que no ano que vem completa 20 anos à frente do Ministério das Relações Exteriores, desembarcou sob forte aparato de segurança, com ao menos 18 agentes russos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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