Quarta-feira, 20 de agosto de 2025

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Tecnologia Idosos estão melhorando o desempenho cognitivo ao usar tecnologias digitais

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Ao contrário das previsões pessimistas sobre “demência digital”, estudos mostram que a tecnologia pode ter efeito protetor.

Foto: Reprodução
Ao contrário das previsões pessimistas sobre “demência digital”, estudos mostram que a tecnologia pode ter efeito protetor. (Foto: Reprodução)

Tudo começou com um curso de datilografia no ensino médio. Incentivada pelo pai, Wanda Woods, hoje com 67 anos, descobriu cedo uma afinidade com as máquinas. Trabalhou na Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos e, anos depois, em 2012 — quando mais da metade dos americanos com mais de 65 anos já usava internet — abriu um negócio de treinamento em informática. Atualmente, é instrutora no Senior Planet, em Denver, e afirma que manter-se envolvida com tecnologia também a mantém informada.

Pesquisadores concordam. A primeira geração que precisou se adaptar a uma sociedade digital chegou à idade em que o risco de declínio cognitivo é maior. Ao contrário das previsões pessimistas sobre “demência digital”, estudos mostram que a tecnologia pode ter efeito protetor.

Segundo Michael Scullin, neurocientista da Universidade Baylor, o uso de computadores, celulares e internet está associado à redução do risco de comprometimento cognitivo. Uma análise de 57 estudos com mais de 411 mil idosos, publicada na *Nature Human Behavior*, concluiu que quase 90% dos trabalhos apontaram benefícios cognitivos para usuários de tecnologia.

“Isso inverte a narrativa de que a tecnologia é sempre ruim”, afirma Murali Doraiswamy, da Universidade Duke. Walter Boot, da Weill Cornell Medicine, que costuma ser cético sobre treinamentos cognitivos digitais, considerou os achados plausíveis.

Ainda não se sabe se a tecnologia melhora a cognição ou se idosos com maior capacidade cognitiva tendem a adotá-la. Mas, mesmo controlando fatores como escolaridade e renda, os resultados se mantiveram. Para Scullin, enfrentar novos dispositivos, atualizações e problemas técnicos cria desafios mentais semelhantes aos que fortalecem o cérebro.

Além disso, a tecnologia pode favorecer conexões sociais, conhecidas por reduzir o risco de demência, e compensar falhas de memória por meio de lembretes e aplicativos que auxiliam no cotidiano. Isso se soma a fatores já associados ao declínio menor de demência em países desenvolvidos, como menos tabagismo e melhores tratamentos para hipertensão.

Há, porém, riscos. Idosos estão entre os principais alvos de golpes digitais, e a desinformação também preocupa. O uso excessivo, como maratonas prolongadas de streaming, pode substituir atividades essenciais à saúde cerebral, como exercícios físicos.

Resta saber se o mesmo efeito se repetirá entre as próximas gerações, que cresceram já imersas na tecnologia. Para Boot, cada inovação — da TV aos videogames, passando agora pela inteligência artificial — costuma gerar receio inicial, seguido da constatação de que pode trazer benefícios.

Wanda é exemplo disso. De desktops dos anos 1980 ao Windows 3.1, de celulares a smartwatches, adaptou-se a cada novidade. Hoje paga contas online, organiza compromissos em agenda digital e troca mensagens em grupos de família. No último ano, recorreu a chatbots de IA para planejar viagens, incluindo um cruzeiro em família para comemorar 50 anos de casamento.

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https://www.osul.com.br/idosos-estao-melhorando-o-desempenho-cognitivo-ao-usar-tecnologias-digitais/ Idosos estão melhorando o desempenho cognitivo ao usar tecnologias digitais 2025-08-18
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