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Economia Impasse no Orçamento pode dificultar reajuste a policiais e outras categorias

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Mesmo após o governo aumentar salário mínimo e Bolsa Família, orçamento familiar segue apertado e destinado, principalmente, a contas básicas. (Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

O governo terá de enfrentar um problema adicional para administrar a pressão das carreiras dos servidores públicos por novos aumentos: a previsão de recursos no Orçamento para o aumento é ainda mais insuficiente quando se leva em conta o que foi programado para 2023.

É que o Orçamento de 2022 foi aprovado com a dotação de despesas para a concessão de reajuste para o exercício deste ano e de 2023 com o mesmo valor, de R$ 1,79 bilhão para cada ano. Acontece que essa não é a praxe.

Para o primeiro ano, a previsão leva em conta sempre uma quantidade de meses menor de vigência do reajuste até que o projeto de reajuste salarial seja negociado com as categorias, aprovado pelo Congresso e o governo consiga rodar a folha de salários.

Para 2022, o limite máximo é o mês de maio para rodar a folha de junho antes das restrições do ano eleitoral. Se o reajuste começar a ser pago no mês de junho, por exemplo, R$ 1,79 bilhão é suficiente para pagar o adicional até o fim do ano.

Mas esse mesmo valor em 2023 é insuficiente, já que aí o salário maior vai ser pago de janeiro a dezembro, mais o décimo terceiro. Seriam necessários, no mínimo, o dobro do valor, ou seja, R$ 3,4 bilhões.

Projetos que tratam de despesa de pessoal são de prerrogativa exclusiva do presidente da República e têm que contar com a previsão de recursos para dois anos (do exercício e anualizado), essa é a exigência legal. As dotações estão em tabela de anexo da lei orçamentária.

Com mais esse problema, ou o governo reduz ainda mais o reajuste ou terá mesmo que enviar um projeto (PLN) ampliando os recursos para os aumentos. Antes da votação do Orçamento, a equipe econômica encaminhou ofício ao Congresso pedindo R$ 2,5 bilhões para os reajustes neste ano.

Escalada dos protestos

A escalada do movimento de entrega de cargos, deflagrado pela Receita e outras categorias de elite, subiu mais um degrau. Após os servidores da Receita Federal e do Banco Central entregarem seus cargos comissionados, mais de 150 auditores-fiscais do Trabalho já deixaram seus postos de chefia ou coordenação.

O Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado agendou para 18 de janeiro um Dia Nacional de Mobilização dos servidores federais por reajuste salarial. Se não houver resposta pelo governo, a categoria planeja outras mobilizações nos dias 25 e 26 de janeiro e já tem indicativo de greve para fevereiro.

O movimento começou após o presidente Bolsonaro anunciar em dezembro que faria uma reestruturação das carreiras policiais ligadas ao Ministério da Justiça: a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal e o Departamento Penitenciário Nacional.

As propostas construídas pelas três polícias já custavam mais que o R$ 1,7 bilhão que ficou no orçamento. O presidente terá de bater o martelo se o dinheiro será ou não destinado para a área de segurança ou atendimento, ao menos parcial, de demandas de outras categorias.

Economia

Os auditores fiscais da Receita, que deflagraram o movimento com a entrega de cargos de chefia, estão fazendo operação tartaruga. Para mostrar força, o sindicato da categoria divulgou imagens de cerca de 200 caminhões em Pacaraima (RR), fronteira com a Venezuela, esperando a liberação de carga na alfândega da Receita Federal. A mobilização dos auditores fiscais agropecuários também causou transtornos no Porto de Santos, adiando o desembarque de trigo.

As categorias de elite são as que mais fazem pressão e têm poder de mobilização grande, pelo impacto que uma paralisação delas pode provocar na economia. Como no caso da Receita, os auditores do Trabalho cobram ainda a regulamentação do bônus variável por eficiência, que foi aprovado pelo Congresso há cinco anos, mas ainda não entrou em vigor.

O ministro Paulo Guedes e sua equipe trabalham para conter o movimento e avaliam que os salários dos servidores, que contam com estabilidade, ainda estão elevados em comparação aos dos trabalhadores da iniciativa privada, mesmo depois do congelamento de dois anos.

Um salário inicial de auditor Fiscal da Receita Federal, por exemplo, é de R$ 21.029,09 e o final, de R$ 30.303,62. Guedes tem alertado que o teto de gastos estará sob nova pressão se o governo conceder mais reajustes, com espiral negativa para os ativos do mercado e impacto na inflação.

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https://www.osul.com.br/impasse-no-orcamento-pode-dificultar-reajuste-a-policiais-e-outras-catergorias/ Impasse no Orçamento pode dificultar reajuste a policiais e outras categorias 2022-01-06
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