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Brasil Importação de esperma: saiba por que a busca por sêmen no exterior cresceu vertiginosamente no Brasil

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Ranking é liderado pelas Regiões Sudeste (72%) e Sul (13%). (Foto: Reprodução)

Decidida a realizar o sonho de ser mãe, Luciana (nome fictício), de 37 anos, procurou uma clínica de (RHA (reprodução humana assistida) no final de 2017. Solteira, precisou recorrer aos bancos de sêmen e então o seu médico indicou duas opções, uma no Brasil e outra nos Estados Unidos.

“Primeiro, fui atrás do nacional, mas, quando vi que só tinha meia dúzia de doadores, desisti. O estrangeiro oferecia uma quantidade infinitamente maior e também muito mais informações sobre cada um”, afirma Luciana, grávida de 25 semanas de um menino.

O casal Julia, 35 anos, e Daniela, 39 anos (nomes também fictícios), foi pelo mesmo caminho e pelos mesmos motivos. “Optamos pelo banco estrangeiro porque ele tinha dados detalhados sobre o doador, inclusive fotos. Para mim, era importante encontrar um com características parecidas às da minha esposa, até pensando na criança, em facilitar a vida dela ao se identificar com as duas mães”, diz ela, grávida de 29 semanas.

E tem muito mais gente apostando no material estrangeiro. De 2011 a 2017, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou a importação de 1,95 mil amostras seminais (sêmen). Em 2017, de acordo com relatório oficial, o índice foi recorde: 860 amostras, um aumento de 97% em relação ao ano anterior, quando foram trazidas 436.

Elas vieram das empresas norte-americanas Fairfax Cryobank, Seattle Sperm Bank e Califórnia Cryobank. A maioria, 72%, destinou-se aos BCTG (Bancos de Células e Tecidos Germinativos) da região Sudeste do País (apenas São Paulo recebeu 479), 13% foram para o Sul, 8% para o Nordeste e 6% para o Centro-Oeste.

“Dentre as razões para este crescimento, está a ampliação da divulgação dos bancos internacionais no país, sendo que as clínicas de reprodução humana assistida passaram a ofertá-los cada vez mais para seus clientes”, diz Renata Miranda Parca, gerente substituta da GSTCO (Gerência de Sangue, Tecidos, Células e Órgãos) da Anvisa.

Fora isso, diz a especialista, os pacientes têm feito esta opção por conta do aumento no número de bancos nacionais com acesso aos serviços de outros países e a instalação no Brasil de representantes das empresas estrangeiras, o que facilita todo o processo.

Ainda existem poucos bancos de sêmen no país, o que, na maioria das vezes, gera dificuldade para achar amostras com as características pretendidas pelos futuros pais. Em contrapartida, a oferta de doadores no exterior conta com uma ampla disponibilidade de acesso às suas características físicas, intelectuais e psicológicas – é possível até ver fotos de infância e escutar suas vozes.

Demanda maior que oferta

O que também pesa na decisão é a qualidade do sêmen. Apesar de ser obrigatória por aqui a realização de exames para detectar possíveis doenças, como as infectocontagiosas e as genéticas, empresas estrangeiras oferecem uma variedade maior de testes, com dados sobre a família do doador e, inclusive, relatos de doenças preexistentes.

Para Márcio Coslovsky, especialista em reprodução humana há mais de 20 anos e sócio-diretor da Clínica Primordia, no Rio de Janeiro, o aumento da importação de sêmen se explica ainda pela regulamentação brasileira ser mais restritiva.

“Além das informações no Brasil serem limitadas, a demanda de receptores é bem superior à oferta, sobretudo porque não é permitido nenhum tipo de pagamento aos doadores, como ocorre em outros países”, aponta o médico, membro da SBRA (Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida) e da ESHRE (Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia). Há alguns voluntários que doam, mas é um número limitado, e o anonimato não permite saber muito sobre eles.

Ele comenta que, em sua clínica, de cada dez pacientes, sete escolhem os bancos estrangeiros, mesmo diante do preço três vezes mais alto: enquanto o valor médio da amostra nacional é de R$ 1,5 mil (para custeio dos exames realizados pelo doador, do armazenamento e do transporte do sêmen, entre outros serviços), lá fora é de R$ 4, 5 mil.

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