Sexta-feira, 19 de abril de 2024

Porto Alegre

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Saúde Indústrias farmacêuticas preparam medicamentos que podem fechar o cerco contra a pandemia

Compartilhe esta notícia:

Pfizer aposta no remédio Paxlovid contra o coronavírus e solicitou aval para uso nos EUA. (Foto: Divulgação)

Primeiro, ganhou velocidade a corrida para criar uma vacina anticovid. Deu certo, com bons resultados e queda de mortes nos locais onde há imunização em massa. Agora, a guerra contra o coronavírus tem avançado por outra trincheira: os remédios. Não produtos sem eficácia comprovada contra a doença, como a cloroquina, mas os que têm aval dos especialistas. Desenvolvidos não só para tratamento, mas até como forma de prevenção, os medicamentos prometem abrir nova perspectiva para o controle da pandemia.

A vacinação, dizem especialistas, continua como o carro-chefe da estratégia de combate. Mas, em um cenário com risco de novas ondas e surgimento de novas cepas, a variedade de remédios pode ajudar a fechar o cerco contra a covid-19, sobretudo para grupos mais vulneráveis, como idosos e quem tem comprometimento do sistema imune. Para que isso funcione, porém, é preciso superar questões como os altos custos e a dificuldade de testagem no País.

“Sempre existirão aqueles que vão desenvolver a doença, mesmo tendo porcentual grande da população vacinada. Para esses, ter perspectiva de terapia medicamentosa é importante”, diz a epidemiologista da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) Ethel Maciel.

Nas últimas semanas, anúncios de ao menos três farmacêuticas trouxeram otimismo. O primeiro foi um remédio produzido pelas empresas Merck Sharp & Dohme (MSD) e Ridgeback Biotherapeutics, a pílula Molnupiravir. O laboratório divulgou, em outubro, potencial de reduzir em 50% o risco de hospitalização ou morte dos pacientes. Nesta sexta-feira, 26, a farmacêutica informou que novos testes apontaram eficácia de 30%.

O medicamento age induzindo mutações na enzima RNA-polimerase do Sars-CoV-2 conforme o material genético do vírus é replicado. “Com o aumento das mutações, o vírus não vai mais ser como era originalmente e isso vai acabar o enfraquecendo”, explica a professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Ana Paula Herrmann.

O Molnupiravir foi o primeiro tratamento oral anticovid aprovado no mundo, no Reino Unido, e caminha para ter aval nos Estados Unidos. Por ser um comprimido, a expectativa é de que no futuro possa ser vendido em farmácias. Ainda não há previsão para liberação no Brasil, mas houve uma pré-reunião de submissão de dados com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 19 de novembro, segundo o próprio órgão regulador.

Também neste mês, a Pfizer divulgou resultados de estudos apontando que o antiviral Paxlovid teve eficácia de 89% na redução do risco de internação ou morte entre pessoas com casos graves de covid. Com os bons resultados, a farmacêutica solicitou à agência reguladora dos Estados Unidos (FDA) autorização para uso da droga, e o pedido está em análise.

Como os dois são remédios orais, a expectativa é de que, se tiverem aprovação da Anvisa, possam chegar ao mercado por custo menor do que os de remédios via injeção, como o antiviral Remdesivir e os anticorpos monoclonais.

Atualmente, o tratamento com o Remdesivir, por exemplo, um dos seis remédios aprovados pela Anvisa para tratar a covid-19, pode custar cerca de R$ 15 mil. O custo-efetividade foi um dos motivos para, após avaliação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec), o SUS não ter incorporado o Remdesevir na rede pública. Dos seis remédios aprovados pela Anvisa, todos são recomendados para administração hospitalar.

“O primeiro desafio foi a descoberta científica desses medicamentos. Agora, a segunda barreira a ser enfrentada é como esses medicamentos podem chegar a um preço acessível a todos os países”, diz Ethel. A MSD indicou que pretende pedir registro no Brasil, mas não disse quando. A Pfizer não se manifestou.

Enquanto as pílulas são recomendadas para logo depois da infecção, os anticorpos monoclonais são usados para tentar impedir que o vírus entre no organismo e/ou se desenvolva a ponto de causar infecção.

Desse modo, podem ser administrados em pacientes com comorbidades antes mesmo da contaminação, a depender da orientação médica. “Os anticorpos monoclonais atuam como os próprios anticorpos do nosso organismo. Com a diferença que eles são selecionados por sua forte capacidade de combater o vírus e, por isso, são produzidos como medicamentos”, explica o professor do Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (USP) Adriano Andricopulo. Já há anticorpos monoclonais aprovados no Brasil.

Segundo ele, por serem derivados de pessoas contaminadas ou mesmo de camundongos expostos a antígenos do Sars-CoV-2, os anticorpos monoclonais são agentes biológicos que provêm imunidade passiva. No caso da vacinação, há a imunidade ativa, já que é o próprio corpo que produz a proteção. O problema é que em alguns casos a vacinação não é suficiente para desencadear a produção desses anticorpos, a exemplo de alguns idosos ou imunossuprimidos. Nestes casos, os anticorpos monoclonais têm papel importante.

Concorrente direta da Pfizer na corrida das vacinas, a AstraZeneca informou semana passada que seu coquetel de remédios AZD7442 é capaz de reduzir em 83% o risco de desenvolvimento de covid-19 sintomática ao longo de um período de seis meses. Para diminuir hospitalizações e mortes, a eficácia seria de 88%. O resultado foi obtido após estudo em mais de 5 mil participantes, que receberam o coquetel de remédios antes mesmo de serem contaminados.

O AZD7442 é uma combinação de dois anticorpos monoclonais de longa ação. Foi enviado pedido de uso emergencial à agência reguladora americana em outubro. Se aprovado, a AstraZeneca negociou o fornecimento de 700 mil doses do coquetel aos Estados Unidos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Saúde

Vacinas da Pfizer e da AstraZeneca serão testadas contra nova variante identificada na África do Sul
Molnupiravir: Anvisa recebe pedido de uso emergencial de pílula contra covid-19
https://www.osul.com.br/industrias-farmaceuticas-preparam-medicamentos-que-podem-fechar-o-cerco-contra-a-pandemia/ Indústrias farmacêuticas preparam medicamentos que podem fechar o cerco contra a pandemia 2021-11-26
Deixe seu comentário
Pode te interessar