Terça-feira, 21 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 3 de janeiro de 2022
O primeiro-ministro de Israel, Naftali Bennett, anunciou no último fim de semana que todos os israelenses com mais de 60 anos, e também os profissionais de saúde, poderão receber a quarta dose da vacina contra a Covid-19, em meio ao aumento de casos relacionados com a variante Ômicron.
Durante uma coletiva sobre a pandemia, Bennett afirmou que o Ministério de Saúde havia autorizado a administração da quarta dose em idosos e no pessoal de saúde.
“A onda de ômicron está aqui e devemos nos proteger”, declarou Bennett.
Na última quinta-feira, as autoridades já tinham liberado a aplicação da quarta dose para as pessoas imunodeprimidas, o mesmo dia em que Israel recebeu o primeiro lote dos comprimidos anticovid da Pfizer.
O número de contágios pela Covid-19 segue aumentando no país, depois que o primeiro caso da variante Ômicron foi detectado no final de novembro. O surto, no entanto, não trouxe consigo um aumento das internações hospitalares.
As autoridades confirmaram 4.206 novos casos nas últimas 24 horas no domingo, um aumento de 195% em relação à semana passada.
“Podemos chegar a 50.000 novos casos por dia”, alertou Bennett, que também insistiu na vacinação de adultos e crianças que ainda não foram imunizados.
Em Israel, metade de sua população de 9,2 milhões de habitantes já recebeu uma dose de reforço. Atualmente, os casos graves ocorrem principalmente em indivíduos não vacinados, segundo os dados publicados pelas autoridades.
No total, segundo os números oficiais, foram registrados 1.394.407 contágios e 8.244 óbitos desde o início da pandemia em Israel.
Brasil
Os casos de Covid-19 causados pela variante Ômicron podem bater recorde após as festas de final de ano e alcançar patamares semelhantes aos registrados pelos países desenvolvidos.
A previsão é de Marcelo Otsuka, infectologista, pediatra e membro do Departamento de Infectologia Pediátrica da Sociedade Brasileira de Infectologia.
“A gente calcula que, pelos próximos 15 dias ou três semanas, (a variante Ômicron do coronavírus) possa atingir um pico semelhante ao da França, Reino Unido ou Estados Unidos, isso pode, sim, acontecer”, diz Otsuka.
A França registrou nos últimos dias de 2021 mais de 200 mil casos totais de Covid-19 em um único dia. O Reino Unido identificou mais de 180 mil e os Estados Unidos passaram dos 300 mil casos.
No dia 28 de dezembro, o mundo registrou recorde de infecções desde o início da pandemia, com 1,45 milhão de contaminados em um único dia. A estimativa é que a variante Ômicron seja a responsável pela maior parte dos casos na Europa.
Para Otsuka, a baixa testagem no Brasil pode dificultar a identificação de casos da Ômicron e de antigas ou novas cepas, situação agravada pela confluência dos casos de gripe pelo país, que dificulta a identificação de quadros relacionados a Covid e Influenza.
“O Brasil ainda testa muito pouco. Temos uma taxa de positividade de 38%, e esses países têm uma taxa de 8%”, afirma. “Podemos perder muitos diagnósticos, pode haver novas variantes e pessoas mais suscetíveis a terem quadros mais graves”, acrescenta.
O especialista destaca que ainda não há informações suficientes sobre se a queda da mortalidade do coronavírus está relacionada à menor letalidade da nova variante ou se é apenas resultado da vacinação.
Ele alerta que não é o momento para redução das barreiras de proteção e que o combate à desinformação ainda é um problema para que o coronavírus seja finalmente controlado após o início do terceiro ano de pandemia.
“Qualquer situação no futuro depende do comportamento da nossa população e orientações passadas a ela, o que e como fazer. É incrível que se passaram dois anos e a gente ainda bata cabeça em relação a isso”, conclui.