Domingo, 26 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 2 de novembro de 2020
Israel começou no domingo (1) a testar em humanos a BriLife, sua candidata a vacina contra a Covid-19. Se for aprovada, ela pode estar pronta para o público em geral até o final do próximo verão local – no país, essa estação do ano vai de junho a agosto.
Inicialmente, 80 voluntários vão participar da primeira fase de testes. Em dezembro, devem ser 960 pessoas. Uma terceira etapa, com 30 mil voluntários, está marcada para abril ou maio – mas isso depende de o imunizante ter sucesso nos estágios anteriores.
“Estamos na reta final”, disse Shmuel Shapira, diretor-geral do Instituto de Israel para Pesquisa Biológica. O instituto, supervisionado pelo Ministério da Defesa israelense, iniciou testes em animais de sua vacina BriLife em março e anunciou, há uma semana, que recebeu aprovação regulatória para passar à próxima fase.
Nos testes de uma vacina – normalmente divididos em fase 1, 2, e 3 – os cientistas tentam identificar efeitos adversos graves e se a imunização foi capaz de induzir uma resposta imune, ou seja, uma resposta do sistema de defesa do corpo. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), há atualmente dez vacinas na terceira e última etapa de testes em humanos.
Mais países
As vacinas contra o novo coronavírus ainda estão em fase de testes. As mais avançadas, da fase 3, última etapa exigida pelas agências reguladoras antes da aprovação, estão na reta final da aplicação das doses nos voluntários e aguardam resultados preliminares até o final do ano. Entretanto, mesmo sem a comprovação da eficácia — ou seja, a certeza de que a vacina é a capaz de prevenir a Covid-19 — e da segurança, Rússia, China e Emirados Árabes já iniciaram a aplicação do imunizante em suas populações.
A Rússia foi o primeiro país a aprovar o registro de uma vacina contra a Covid-19. No início de agosto, o presidente Vladimir Putin disse que a Sputnik V, desenvolvida pelo Instituto Gamaleya, de Moscou, recebeu aprovação regulatória no país. Pouco tempo depois, Putin anunciou que o imunizante começaria a ser aplicado em pessoas com alto risco de contaminação e, em setembro, o primeiro lote da Sputnik V foi liberado para uso na população em geral.
No início de outubro, a Rússia concedeu aprovação regulatória a uma segunda vacina desenvolvida no país, a EpiVacCorona, do Instituto Vector, um centro russo de pesquisa biológica. Como no caso da Sputnik V, a nova vacina recebeu aprovação antes do início dos testes fase 3.
Recentemente, a Rússia anunciou que apresentou à Organização Mundial de Saúde (OMS) o pedido de registro acelerado para inclusão na listagem de uso de emergência da agência e pré-qualificação da vacina Sputnik V. O Programa de Pré-qualificação de Medicamentos da OMS foi desenvolvido para garantir que os medicamentos atendam a padrões aceitáveis de qualidade, segurança e eficácia.
Se aprovada a solicitação, a Sputnik V terá o aval da agência, o que poderá facilitar sua compra por agências internacionais e de diversos países. “Se a vacina for pré-selecionada, pode ser incluída na lista de medicamentos usados por países em suas compras no atacado”, disse em nota o fundo estatal russo, que coordena a produção da vacina. Segundo a OMS, não há prazo para uma resposta à solicitação. Até o momento, nenhuma vacina contra a Covid-19 foi pré-qualificada e não há lista de uso emergencial.
Na China, as vacinas da Sinopharm, da CanSino Biologics e da Sinovac receberam aprovação para uso limitado. Em um movimento sem precedentes, os militares chineses aprovaram em junho o imunizante da CanSino como uma “droga especialmente necessária”. A decisão tem um ano de validade. Não se sabe se a imunização é obrigatória ou opcional para os soldados.