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Por Redação O Sul | 6 de agosto de 2015
O atual procurador-geral da República, Rodrigo Janot, foi o mais votado nessa quarta-feira pelos colegas para permanecer no cargo por mais dois anos. A eleição representou uma demonstração de força do dirigente, que tem sido criticado e alvo de promessas de retaliações de congressistas diante das das investigações de políticos no esquema de corrupção da Petrobras.
Janot recebeu 799 votos, 288 a mais que a obtida na eleição organizada pela ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República) em 2013, pleito que garantiu sua indicação pela Presidência ao posto de chefia.
Na época, Janot encabeçou a lista de preferências da categoria com uma diferença de apenas 57 votos em relação à subprocuradora Ela Wiecko, segunda colocada. O antecessor do atual procurador-geral, Rodrigo Gurgel, registrou 457 votos quando disputou a recondução ao cargo em 2011.
O dirigente ficou à frente dos subprocuradores Mário Bonsaglia, com 462 votos; e Raquel Dodge, com 402. O subprocurador-geral Carlos Frederico, com 217 votos, o mais crítico entre os rivais de Janot, que classificou de midiática a condução da Operação Lava-Jato, acabou de fora da nominata tríplice composta pela classe. Ao todo, 983 profissionais votaram, sendo que cada um pôde escolher três nomes.
A lista será enviada à presidenta Dilma Rousseff, que deverá indicar ao Congresso quem assumirá o posto. A mandatária não é obrigada a escolher os nomes sugeridos pela ANPR, mas essa é a tradição desde o governo Lula. A expectativa é de que Dilma opte pela continuação de Janot no cargo.
O nome escolhido pela presidenta terá ainda que passar por sabatina e votação na CCJ (Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania) do Senado e, se aprovado, seguirá para análise do plenário da Casa. Dos 27 integrantes da CCJ, oito são investigados pela Lava-Jato. Se receber o aval da comissão, Janot terá que se submeter a nova votação, precisando de pelo menos 41 votos. (Folhapress)