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Política Jovens acreditam menos na democracia, indica pesquisa global

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Pesquisa revela que 42% das pessoas entre 18 e 35 anos preferem um regime militar como forma de governo. (Foto: Reprodução)

Uma pesquisa realizada em 30 países revela que os jovens são os mais propensos a colocarem em dúvida a capacidade dos regimes democráticos de preencherem as necessidades fundamentais da população, o que faz com que aumente a desconfiança nos méritos da democracia como forma de governo.

Segundo um relatório da Open Society Foundations (OSF), 86% dos 36 mil entrevistados em diferentes partes do mundo, incluindo o Brasil, preferem viver em Estados democráticos, enquanto somente 20% acreditam que regimes autoritários estão mais aptos a satisfazerem os desejos dos cidadãos.

Mas, entre as pessoas de 18 a 35 anos, a preferência pela democracia é de apenas 57%, contra 71% dos entrevistados com idades acima de 56 anos. No total, 42% dos mais jovens disseram apoiar regimes militares, contra apenas 20% dos mais velhos.

O relatório da OSF – uma sociedade civil fundada pelo megainvestidor e filantropo George Soros formada por uma rede de doadores – aponta que 35% dos mais jovens acreditam que um “líder forte” que não realiza eleições ou não toma decisões através de consulta aos Parlamentos seria “uma boa forma de governar um país”.

O relatório afirma que “na França e no Brasil – duas democracias que no ano passado viveram concorridas eleições presidenciais entre moderados e autoritários – a forte aderência à democracia como ideal aparece ao lado de um alarmante pessimismo sobre seu atual funcionamento”.

“Apesar de a maioria dos respondentes em ambos os países afirmar que é importante para eles viver em um país democraticamente governado, 50% e 74% dos entrevistados, respectivamente, concordam que as leis atuais não mantêm ‘pessoas semelhantes [a eles]’ seguros”.

O estudo aponta ainda uma série de desafios para a democracia, como as desigualdades sociais e as mudanças climáticas.

Pobreza e corrupção

A pesquisa revelou um forte apoio aos direitos humanos; sendo que a ampla maioria dos entrevistados em todas as regiões e níveis de renda (entre 85% e 95) concorda que os governos erram ao violarem direitos individuais com base em aparência física, religião, gênero ou orientação sexual.

Os itens que geram maior preocupação nos entrevistados são a crise climática, assim como a pobreza e a desigualdade, apontados por 20% das pessoas, seguidas da corrupção, com 18%. Mais da metade (53%) dos entrevistados afirmaram sentir que seus países estão caminhando no rumo errado, e um terço avalia que os políticos não trabalham em defesa de seus interesses.

O tema da pobreza e desigualdade é visto como o que afeta mais diretamente a vida pessoal dos cidadãos, desde nos Estados Unidos até em Senegal, com média global de 21%.

A corrupção, de modo geral, lidera as preocupações, com 23% das pessoas afirmando ser esta uma das principais questões enfrentadas em seus países. Esses índices variam de 6% na Alemanha e 7% no Reino Unido, até 45% em Gana, 44% na Nigéria e 37% na Colômbia.

Segundo o estudo, a questão da segurança é uma preocupação central nos países da América Latina. No Brasil, 74% das pessoas disseram não achar que as leis do país são capazes de fazê-las se sentirem seguras. A sensação também é compartilhada pelos cidadãos da Argentina (73%), Colômbia (65%) e México (60%). Na média global, essa preocupação foi mencionada por 42% dos entrevistados.

Instabilidade

Em média, 58% dos entrevistados se preocupam com a possibilidade de a instabilidade política em seus países resultar em situações de violência no próximo ano. Esse temor foi apontado por 79% dos entrevistados na África do Sul e no Quênia, 77% na Colômbia, 75% na Nigéria, além de dois terços das pessoas nos EUA e na França.

A pesquisa revela que a confiança nos políticos no Reino Unido é de apenas de 20%, em contraste com a média mundial de 30%. A confiança global nas instituições internacionais também está em baixa, com somente 26%. Opiniões abaixo desse patamar foram registradas na Alemanha, França, Japão e Rússia.

Baixa

O presidente da OSF, Mark Malloch Brown, classificou os dados revelados pelo relatório como “preocupantes e alarmantes”. Ele destacou o fato de a maioria das pessoas ao redor do globo acreditarem na democracia, mas acrescentou que “geração após geração essa fé está se dissipando, enquanto aumentam as dúvidas sobre a capacidade [dos regimes democráticos] de realizarem mudanças concretas em suas vidas”.

“A confiança os elementos fundamentais da democracia coexiste com dúvidas profundas sobre suas práticas e seu impacto no mundo real”, disse Malloch Brown, que já atuou como vice-secretário-geral da ONU.

A OSF entrevistou 36.344 indivíduos com idades acima dos 18 anos em 30 países, com representação coletiva de 5,5 bilhões de pessoas. A entidade afirma que o objetivo era pesquisar em torno de mil pessoas por país, mas esses números apresentaram variações em razão de fatores locais.

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