Segunda-feira, 03 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 2 de julho de 2025
A decisão judicial determina que a visita ocorra com respeito às condições impostas à ex-presidente.
Foto: Ricardo Stuckert/PRA Justiça da Argentina autorizou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a visitar a ex-presidente Cristina Kirchner, que cumpre pena de prisão domiciliar por corrupção. Lula deve chegar a Buenos Aires nesta quarta-feira (2), e o encontro está previsto para quinta-feira (3), no apartamento de Kirchner na capital argentina.
A decisão judicial determina que a visita ocorra com respeito às condições impostas à ex-presidente, incluindo regras de conduta como a preservação da ordem pública e o cuidado para não gerar incômodo à vizinhança. Cristina foi condenada a seis anos de prisão por fraude em contratos públicos e está proibida de exercer cargos públicos.
Lula participa na quinta-feira da cúpula do Mercosul, também em Buenos Aires. Esta será sua primeira visita ao país desde que Javier Milei assumiu a presidência, em dezembro de 2023. A defesa de Kirchner solicitou formalmente à Justiça autorização para receber o presidente brasileiro em sua residência no bairro Constitución.
A normativa que rege a prisão domiciliar de Kirchner estabelece que ela pode receber apenas visitas de familiares, médicos ou advogados, salvo autorização judicial específica. Após protestos de apoiadores diante de seu prédio, o tribunal reforçou as exigências sobre a manutenção da tranquilidade pública nos arredores.
Em junho, Lula manifestou apoio à ex-presidente nas redes sociais, destacando sua postura diante da condenação. “Notei, com satisfação, a maneira serena e determinada com que Cristina encara essa situação adversa e o quanto está determinada a seguir lutando”, escreveu o presidente em publicação no X (antigo Twitter).
O gesto de Lula remete ao período em que ele próprio esteve preso em Curitiba, entre 2018 e 2019, por acusações de corrupção posteriormente anuladas pelo Supremo Tribunal Federal. Na época, Cristina Kirchner e seu então companheiro de chapa, Alberto Fernández — que viria a se eleger presidente da Argentina — manifestaram solidariedade ao petista, e Fernández chegou a visitá-lo na prisão.