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Brasil Operação Lava-Jato prende o procurador que teria recebido 300 mil reais para aprovar trajeto mais longo do metrô do Rio

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Maurício Norambuena participou do sequestro de Washington Olivetto. (Foto: Divulgação/PF)

Agentes da Lava-Jato no Rio de Janeiro saíram às ruas nesta segunda-feira (01) para cumprir três mandados expedidos pela Justiça Federal do Estado em nova fase da operação. O procurador do Estado Renan Miguel Saad foi preso sob suspeita de ter recebido propina em obras do metrô do Rio. A residência de Saad, em São Conrado, e seu escritório, no Centro da cidade, foram alvo de buscas.

Segundo delação premiada do ex-diretor de contratos da empreiteira Odebrecht Marcos Vidigal do Amaral, Saad teria recebido R$ 1,265 milhão em pagamentos relacionados ao metrô do Rio. O delator disse que o procurador recebeu R$ 300 mil em troca de um parecer sobre a Linha 4 que alterava o seu trajeto inicial, além de desvios no uso do tatuzão, que consome por mês R$ 2,9 milhões mesmo parado.

Na época dos fatos dos quais é acusado, o procurador era lotado como assessor jurídico chefe da SETRANS (Secretaria de Estado de Transportes), no governo de Sérgio Cabral. Ele foi exonerado do posto em junho de 2012. Pareceres favoráveis de Saad teriam sido “fundamentais” para viabilizar as obras da Linha 4, segundo a investigação. A mudança na construção beneficiaria a organização criminosa vinculada ao ex-governador do Rio, segundo os investigadores.

O procurador, que era identificado no Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht pelo codinome “Gordinho”, teria recebido repasses da empreiteira entre 2010 e 2014, de acordo com a força-tarefa. Um deles – de R$ 100 mil – teria sido realizado em dinheiro vivo no escritório de advocacia de Saad.

O MPF (Ministério Público Federal) localizou um registro de pagamento realizado no endereço deste escritório em uma empresa de manutenção de depósito de documentos, contratada pela transportada Transexpert. A 7ª Vara Federal Criminal do Rio acolheu o pedido de prisão temporária, entre outros motivos, pela necessidade de colheita de depoimentos de subordinados de Saad para apurar supostos crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro por meio do escritório de advocacia.

O custo do tatuzão

Em maio de 2017, o Ministério Público cobrava R$ 3 bilhões por fraudes na Linha 4 do Metrô. As obras da Linha 4 foram iniciadas em março de 2010, pelo Trecho Oeste, enquanto que as obras do Trecho Sul só foram iniciadas em outubro de 2012.

A previsão inicial de conclusão das obras e a entrada em operação da Linha 4 era o mês de junho de 2016, porém apenas a ligação entre a Barra (Jardim Oceânico) e Ipanema (Estação General Osório) entrou em operação nesta data. A Estação Gávea tinha previsão para estar concluída em janeiro de 2018 (segundo o termo aditivo nº 4), mas até agora não saiu do papel. Um inquérito civil apura a paralisação da obra.

A 4ª Promotoria de Tutela Coletiva de Defesa da Cidadania da Capital instaurou em março um inquérito civil para apurar possíveis irregularidades com o uso de recursos públicos nas obras da Estação Gávea, da Linha 4 do metrô. Mesmo sem atividades, o tatuzão e os canteiros de obras da estação já consumiram R$ 34,2 milhões de recursos do Estado, segundo cálculos feitos com base no contrato de concessão da Linha 4.

O tatuzão consome, por mês, R$ 2,9 milhões, segundo o contrato de concessão da Linha 4. Os valores são reajustados a cada ano. O equipamento, estacionado desde abril de 2016 em uma caverna sob a Rua Igarapava, no Alto Leblon, custava até dois anos atrás R$ 29,2 milhões. Já os dois canteiros na Gávea custavam R$ 222.968,57 por mês. Tiveram suas obras interrompidas em março de 2015, consumindo R$ 5 milhões em recursos.

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