Quinta-feira, 19 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 26 de junho de 2021
A Liga das Nações de Voleibol (ou VNL) é o último torneio internacional da modalidade antes dos Jogos Olímpicos de Tóquio. A competição — que teve sua edição 2020 cancelada devido à pandemia da covid-19 — fecha um ciclo de três grandes torneios realizados no caminho para a Olimpíada, parte de um extenso calendário internacional do voleibol que visa manter a competitividade das equipes nacionais em alto nível anualmente.
Fundada em 2018, a VNL veio para unificar os torneios anuais entre as seleções. A competição substituiu o Grand Prix, competição que existia desde 1993 no feminino, e a Liga Mundial, vigente desde 1990 no masculino. Na era Liga das Nações, as norte-americanas venceram as três edições — já contando com a conquista da última sexta-feira (25) — , enquanto a Rússia ficou com os dois primeiros títulos no masculino. Participam 16 equipes.
“Apesar da Liga das Nações acontecer todo ano, ela ganha importância pela premiação. Mais ainda neste ano, em função da pandemia, da volta das competições internacionais de vôlei em termos de seleção. Principalmente para a seleção brasileira que não vinha jogando”, explica Carlão Gouveia, capitão do ouro olímpico em Barcelona-92 e comentarista da TV Globo e dos canais Sportv.
A premiação da competição é de fato generosa: o prêmio é de 1 milhão de dólares para a equipe campeã, 500 mil para o vice, 300 mil para o terceiro colocado e 150 mil para o quarto. Há também premiação por jogos e individuais, para atletas. Os eleitos para o time ideal levar 10 mil dólares cada, enquanto o MVP fatura 30 mil.
Em ano de pandemia, a competição precisou se readaptar. As viagens internacionais foram substituídas por uma bolha em Rimini, na Itália. O calendário foi comprimido e o sistema de rebaixamento para a última colocada na fase preliminar foi suspenso. O formato de disputa também mudou: quatro equipes avançam da primeira fase (diretamente à semifinal), e não mais seis.
Competições quadrienais
Enquanto a Liga das Nações acontece anualmente, dois torneios acontecem a cada quatro anos, também nos naipes feminino e masculino. O mais prestigiado deles é o Mundial, que teve sua última edição em 2018, dois anos após os jogos. A disputa, na verdade, trata-se da fase final, para a qual acontecem partidas qualificatórias durante os três anos anteriores. Os países-sede da fase final classificam-se automaticamente e se juntam a outras 23 equipes.
Carlão ressalta a história do Mundial, mas explica que, com a suspensão dos torneios internacionais em 2020, a Liga das Nações ganhou um maior peso na balança das competições para as equipes que querem observar seu possíveis adversários nos Jogos de Tóquio. Para outras, virou uma oportunidade de testar outras opções.
“O Mundial é uma competição importante, mas com a pandemia, mudou a configuração de tudo. Algumas comissões resolveram poupar alguns jogadores em função das temporadas muito desgastantes pelos clubes. A própria Itália, sede da competição, está jogando no masculino e feminino com seu time B.”
A União Soviética é a maior campeã do torneio no naipe masculino, com seis ouros. Logo atrás, vêm Brasil, Itália e Polônia, com três cada. Após o tricampeonato entre 2002 e 2010, o Brasil vem de dois vices seguidos para os poloneses. No feminino, a supremacia também é da União Soviética, com cinco ouros, contra três de Japão e Cuba. O Brasil ficou três vezes com a prata, mas nunca chegou ao título.
O segundo torneio quadrienal é a Copa do Mundo. Criada nos anos 60, para preencher um espaço no calendário entre o Mundial e os Jogos Olímpicos, a competição acontece no ano anterior à Olimpíada e classifica duas seleções para o evento (com exceção da última edição). Com sede fixa no Japão e a proibição de disputa pelos países-sedes dos Jogos, 12 equipes disputam o título, dez classificadas continentalmente — sendo uma delas o permanentemente qualificado Japão — e duas convidadas. A última edição foi em 2019.
O Brasil tem três ouros masculinos — é o atual campeão — e três pratas femininas na competição. A União Soviética também domina o quadro de medalhas, com quatro ouros masculinos e cinco femininos.
Carlão, que acompanhou algumas transformações do calendário ao longo da carreira, aprova as adaptações na modalidade. O comentarista ressalta importância da evolução na preparação física e o acompanhamento dos atletas da seleção desde a base para suportar tamanha competitividade ao longo da carreira, conciliada com a atuação pelos seus clubes.
“A exigência para quem está em seleção, em alto nível, é de um acompanhamento. Em função disso, temos nas equipes uma comissão técnica multidisciplinar. Houve uma evolução muito grande na ciência do esporte em relação a treinamento físico, recuperação, a parte psicológica. Isso é importante para que o atleta consiga ter esse equilíbrio.”