Sábado, 20 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 2 de junho de 2017
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nessa sexta-feira que nem mesmo se o ex-ministro da Defesa Nelson Jobim for candidato em uma eleição indireta ao Palácio do Planalto apoiará o nome dele. Em reunião com 28 delegações estrangeiras que participam do 6º Congresso Nacional do PT como observadores, Lula afirmou que o partido está em campanha por eleições diretas para substituir o presidente Michel Temer.
“Estão falando aí que, se o Jobim participar, eu não poderia ser contra, mas sou contra eleger qualquer candidato em eleição indireta, até mesmo ele”, disse Lula. “Prefiro perder dez eleições diretas a ganhar uma indireta.”
Nos últimos dias, porém, o ex-presidente pediu a um interlocutor que sondasse Jobim – ministro em seu governo e também no de Dilma Rousseff -, com o objetivo de verificar se ele tinha interesse em se candidatar em eventual Colégio Eleitoral, caso Temer seja deposto.
Na reunião com os estrangeiros, Lula disse não entender o funcionamento dos mecanismos de colaboração entre a Justiça do Brasil e a dos EUA. “Como pode um empresário como o Joesley Batista fazer um acordo e ir morar nos EUA?”, protestou o ex-presidente. Na véspera, em discurso na abertura do congresso ao lado de Dilma, Lula havia chamado o dono da JBS de “canalha”.
Réu em cinco ações penais, três das quais no âmbito da Lava Jato, o petista não foi questionado sobre as acusações de corrupção das quais é alvo, mas abordou espontaneamente o assunto ao dizer que “a única coisa” que pode oferecer aos partidos amigos é sua inocência. Estavam presentes ali representantes de siglas da América Latina, Europa e África.
Lula repetiu que será candidato em 2018 e avisou que, se for impedido pela Justiça, pretende rodar o Brasil para criar uma frente de partidos de esquerda com o PT.