Quinta-feira, 08 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 6 de julho de 2016
Irritado com a demora na articulação para propor um plebiscito que convoque novas eleições, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva viaja a Brasília nesta quarta-feira (06) para se reunir com senadores com o discurso de que, caso Dilma Rousseff volte ao Palácio do Planalto, o governo será “diferente” e terá ele no comando.
Segundo o jornal Folha de S.Paulo, Lula se convenceu de que a proposta de um plebiscito para novas eleições presidenciais, defendida por alguns senadores aliados a Dilma, não é suficiente para reverter o impeachment. Para o ex-presidente, a tese só é viável caso haja o apoio público de pelo menos 27 dos 81 senadores.
Esse é o número que a petista precisa ter em votos no plenário do Senado para se livrar do afastamento definitivo. Na primeira fase do processo na Casa, Dilma teve apoio de 22 parlamentares. A pessoas próximas, Lula já confidenciou saber que hoje não há 27 senadores dispostos a defender publicamente a ideia de novas eleições presidenciais e que, por isso, tentará reverter votos em favor de Dilma com a promessa de que mudanças na política econômica serão imediatas caso ela retome o cargo.
Apesar do discurso, dirigentes do PT e o próprio Lula reconhecem que não há força política para reverter votos de senadores agora e que a volta de Dilma é, no momento, “muito improvável”. A aposta dos petistas para que o sentimento de “volta, Dilma” surja entre os parlamentares é no que chamam de “imponderável” dos desdobramentos das investigações da Operação Lava-Jato.
Segundo eles, as investigações poderiam desgastar o presidente interino Michel Temer, caso atinjam novos quadros importantes do governo, e assim trazer reflexos negativos para a economia. (Folhapress)