Sexta-feira, 26 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 24 de novembro de 2020
Especialistas acreditam que ainda é cedo para cravar a razão e qual deverá ser de fato o resultado definitivo
Foto: ReproduçãoA vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford e pela AstraZeneca apresentou a taxa de eficácia nesta segunda-feira (23): até 90%. Entretanto, o percentual foi obtido quando, na primeira etapa da vacinação, os voluntários receberam meia dose. No grupo que recebeu duas doses completas, a eficácia ficou em 62%.
Especialistas acreditam que ainda é cedo para cravar a razão e qual deverá ser de fato o resultado definitivo. Diretor do Grupo de Vacinas de Oxford, Andrew Pollard afirmou, em entrevista que a causa do resultado é “intrigante”.
“Esses 90% são um resultado intrigante. Acho que é um resultado realmente excitante e intrigante que precisamos aprofundar mais”, afirmou. À revista científica “Nature”, o virologista Luk Vandenberghe, da Universidade Harvard em Boston, disse acreditar que os dados não são suficientes para avaliar a diferença entre as duas doses, e que essas diferenças devem desaparecer quando mais casos do novo coronavírus forem detectados em pacientes já vacinados.
Jorge Elias Kalil Filho, da Universidade de São Paulo e parte do comitê americano de monitoramento dos estudos clínicos de vacinas contra a Covid-19, afirma que a quantidade de pacientes infectados após a aplicação da vacina é baixa.
“Os números são muito pequenos. Este grupo de dose menor deve ter no máximo 30 casos de Covid. Não tem uma explicação”, diz. Kalil defende a divulgação e análise com mais dados para entender a relação eficácia x dose.
Na mesma linha, o médico infectologista Pedro Folegatti, à frente do desenvolvimento da vacina de Oxford e da AstraZeneca, diz que “não vale muito a pena ficar especulando as razões” e que “é possível que a gente tenha mais informações mais para frente”.