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Edson Bündchen Mais ciência e menos palpites

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Evidencia-se a necessidade do predomínio da ciência sobre o obscurantismo, o negacionismo e a anticiência. (Foto: Reprodução)

Com a eclosão da Covid-19, o mundo passou a olhar para a ciência médica com atenção redobrada. Em igual medida, também a ciência da administração terá que ser eficazmente utilizada para a superação dos problemas econômicos colaterais decorrentes da pandemia. Essas duas ciências, juntas, e em estreita colaboração, terão a missão de recolocar o mundo nos trilhos.

Contudo, em paralelo à boa ciência médica, estamos assistindo a uma proliferação de palpiteiros de plantão, muitos sugerindo estratégias e conselhos, mesmo sem competência para tal. É tentador opinar, mas, dependendo do assunto, isso não é apenas ilegal, é perigoso. Alguns fazem comparações sem correlação ou vinculação entre os fenômenos, a exemplo do número de mortes por outras causas com aquelas verificadas na atual pandemia. Valem-se também de falsas premissas ou catam opiniões que lhes deem conforto para não reconhecer que é preciso o uso intensivo da ciência médica para vencer a pandemia. Opiniões simplistas e equivocadas, muitas fomentadas por interesses ideológicos, infestam as redes sociais, disseminando a desinformação e prejudicando o combate ao coronavírus.

Superada a crise sanitária, o mundo irá se deparar com a necessidade de bem gerir as demandas e os efeitos decorrentes da depressão econômica. Não haverá atalhos, tampouco espaço para amadorismo ou ideias desprovidas de conteúdo. Será preciso aplicar os melhores conceitos que a ciência da administração desenvolveu até hoje, tanto no setor público, quanto no setor privado. Ambas as esferas serão submetidas à dura prova de maior eficiência e transparência, amparadas pela valorização do conhecimento como eixo fundamental para o encaminhamento das soluções.

Mesmo sendo uma ciência mais jovem do que a medicina, a administração construiu, em menos de dois séculos, um robusto corpo de conhecimentos que precisarão ser mobilizados em favor da recuperação da economia. Nesse sentido, assim como os médicos estão sendo vitais para o enfrentamento da Covid-19, os gestores serão os protagonistas nessa próxima fase.

Do ponto de vista das ações governamentais, uma visão clara do futuro deverá nortear os investimentos necessários para revitalizar a economia. Investimentos públicos em saúde, infraestrutura e educação deverão ser priorizados. Será necessário equilibrar o déficit fiscal, gravemente afetado pela crise, com simultâneo foco nos investimentos estratégicos. A capacidade de implementação dos projetos será fundamental, num cenário de fortes demandas concorrentes.

No setor privado, os gestores irão se deparar com novas formas de trabalho, inovação crescente e competição ainda mais acirrada. A mudança contínua passa a ser o novo normal, e uma agenda de sustentabilidade dos negócios adquire ainda mais importância.

Evidencia-se, dessa forma, a necessidade do predomínio da ciência sobre o obscurantismo, o negacionismo e a anticiência, muitas vezes encorajados justamente por quem deveria repudiá-los. Por seu turno, a capacidade de administração será decisiva para as atuais e inéditas soluções reclamadas por uma realidade singular, ambígua e altamente desafiadora. Esse mosaico extraordinariamente complexo irá impor aos administradores, uma enorme responsabilidade. Dos conceitos seminais como planejar, organizar, dirigir e controlar, passando pela gestão eficiente das pessoas, dos processos, das finanças, da tecnologia e das mudanças, a boa gestão será essencial para uma retomada consistente da atividade econômica. Definitivamente, precisaremos de menos palpites e mais ciência. E isso não é um palpite.

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