Domingo, 06 de outubro de 2024
Por Redação O Sul | 10 de setembro de 2024
Apenas em agosto deste ano, mais de R$ 80 milhões foram devolvidos
Foto: Marcello Casal Jr./Agência BrasilO BC (Banco Central) já devolveu mais de R$ 1 bilhão a vítimas de fraudes e golpes ou falhas operacionais por meio do MED (Mecanismo Especial de Devolução) desde 2021, quando o sistema foi criado. Apenas em agosto deste ano, mais de R$ 80 milhões foram devolvidos.
A aplicação, criada para proteger consumidores, está disponível no aplicativo do banco e pode ser acionada assim que o cliente perceber a fraude ou falha e permite que a autarquia informe imediatamente à instituição financeira a ocorrência.
Segundo o BC, entre janeiro e julho de 2024, cerca de 2,5 milhões pedidos de restituição motivados por fraude foram realizados. No entanto, 68% não foram aceitos. Ainda segundo a autarquia, o valor recuperado por meio do mecanismo alcançou R$ 284 milhões no período, representando aproximadamente 8% do total solicitado.
Segundo o chefe do departamento de competição e estrutura do mercado financeiro do BC, Breno Santana Lobo, ao perceber que foi vítima de um golpe, o usuário deve entrar em contato imediatamente com o banco pelos canais de atendimento disponíveis.
“É importante agir rapidamente, pois o banco pode repassar a informação ao Banco Central, que então notifica o banco onde está a conta do fraudador. Assim, os recursos podem ser bloqueados de forma ágil”, disse.
No entanto, os valores podem demorar a ser restituídos. Lobo destaca que os valores podem levar até 10 dias para serem restituídos. “A análise que os dois bancos envolvidos na transação [o de origem e o recebedor] fazem pode ser realizada em até sete dias. Depois que essa análise é concluída, ainda tem um período de três dias para que de fato a devolução aconteça”, explica.
“Então, quando a pessoa abre uma reclamação, o tempo máximo que ela pode receber os recursos de volta é de 10 dias”. Lobo também destacou que o BC tem investido constantemente na segurança do sistema financeiro e Pix, com a criação de novos mecanismos e regras para aprimorar a proteção dos usuários.
“O Banco Central coordena 11 grupos estratégicos de segurança do Pix, contando com a participação de especialistas. Esses esforços têm mantido os números de fraudes estáveis, apesar da percepção de que golpes estão em alta”, afirmou.
De acordo com o BC, atualmente, são registrados sete casos de fraude a cada 100 mil transações realizadas via Pix, índice considerado “razoável” em comparação com sistemas de pagamento instantâneo de outros países e até mesmo com operações de cartão de crédito.
Por fim, Lobo alertou os usuários para a necessidade de estarem atentos a golpes e fraudes. “Em qualquer situação suspeita, a recomendação é sempre entrar em contato com o banco e relatar o ocorrido o mais rápido possível”, aconselhou.