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Por Redação O Sul | 26 de setembro de 2019
Um derramamento de petróleo cru no litoral nordestino já atingiu 46 municípios de oito Estados da região, contaminado praias e a fauna local. O Ibama, a Marinha, a Petrobras e o Corpo de Bombeiros do Distrito Federal estão investigando as causas e responsabilidades do despejo, e já concluíram que o óleo que está contaminando todas as praias é o mesmo, e não foi produzido no Brasil. As informações são do jornal O Globo e portal G1.
As manchas negras começaram a ser registradas em praias da Paraíba e de Pernambuco ainda no início deste mês. João Pessoa, Recife e Olinda foram algumas das cidades atingidas. Posteriormente, o óleo se espalhou pelo litoral de Alagoas, Sergipe, Rio Grande do Norte, Ceará, Maranhão e Piauí.
Vídeos e fotos dos locais e animais atingidos pelo petróleo em diversos Estados começaram a aparecer na internet.
Segundo o Ibama, até o momento, 99 localidades foram afetadas pela substância. O órgão, ligado ao Ministério do Meio Ambiente, requisitou apoio da Petrobras para atuar na limpeza de praias. Nos próximos dias, a empresa irá disponibilizar um contingente de mais de 100 pessoas.
O descarte de petróleo no mar é crime ambiental, com multa que varia de R$ 5 mil a R$ 50 milhões.
Tartarugas mortas
O Ibama afirmou também que não há, até o momento, “evidências de contaminação de peixes e crustáceos”, mas disse que “a avaliação da qualidade do pescado capturado nas áreas afetadas para fins de consumo humano é competência do órgão de vigilância sanitária”.
Em nota oficial, emitida ontem, o Ibama afirmou que foram encontrados com óleo até o momento oito tartarugas e uma ave conhecida como bobo-pequeno.
Banhistas e pescadores estão sendo orientados a não ter contato com o material. “Caso seja identificado produto no mar ou nas praias, o cidadão deve informar o local à prefeitura. O óleo recolhido deve ser destinado adequadamente, não sendo recomendado misturá-lo com o resíduo comum”, diz o Ibama.
Outros relatos
As manchas nas praias de Jatiúca e Ponta Verde, em Maceió, foram identificadas no dia 17 de setembro. Uma substância semelhante apareceu nas praias de Guaxuma e Maragogi, também no litoral alagoano. O Instituto do Meio Ambiente de Alagoas, a Marinha e o Ibama foram acionados para analisar a substância e identificar de onde o material veio.
Embora não tenha sido registrado pelo Ibama, banhistas relataram ter visto uma substância semelhante no sábado (21) nas praias do Futuro, Porto das Dunas e Sabiguaba, em Fortaleza; Cumbuco, na Região Metropolitana da capital; de Fortim, no Litoral Leste; e Mundaú, no Litoral Oeste. Uma tartaruga e uma ave marinha foram afetadas pelo material.
Segundo a Divisão Técnico-Ambiental do Ibama no Ceará, os municípios que registraram aparecimento da substância devem ser notificados sobre como proceder em relação ao problema.
No Maranhão, uma tartaruga-marinha foi encontrada morta na segunda (22). O animal foi recolhido na praia de Itatinga, no município de Alcântara, a 30 km de São Luís. Segundo o banhista que encontrou o animal, havia manchas de óleo na areia da praia e a tartaruga estava agitada.
No início de setembro, houve registro de manchas escuras nas praias do Bessa e de Manaíra, em João Pessoa. Banhistas que passaram pelas localidades, entre eles crianças, ficaram com o material grudado no corpo.
O Ibama tem sobrevoado a costa do litoral paraibano e encontrou pequenos pontos de manchas que atingiram quase todas as praias do Estado. O material foi coletado e encaminhado para análise.
No início de setembro, manchas escuras foram encontradas por banhistas na praia de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. A Agência Estadual do Meio Ambiente, confirma que o material também foi visto nas praias Del Chifre, em Olinda; Candeias, em Jaboatão dos Guararapes; Gamboa, em Ipojuca; Ilha de Cocaia e Paiva, no Cabo de Santo Agostinho; e Carneiros e Tamandaré. Duas tartarugas foram afetadas.
As primeiras manchas no Rio Grande do Norte foram vistas em Natal, na praia da Via Costeira, e Muriú, em Ceará-Mirim, na Grande Natal. Também houve registro de manchas nas praias de Camurupim, em Nísia Floresta; e em Pipa, no município de Tibau do Sul. As áreas mais afetadas até terça (24) são as praias de Pirambúzios e Barra de Tabatinga, em Nísia Floresta, e a foz dos rios Pirangi do Sul e Pium.