Quarta-feira, 07 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 11 de maio de 2023
Ao menos 20 partidas estão sendo analisadas pelo Ministério Público
Foto: Rebeca Reis/Staff Images Woman/CBFO futebol brasileiro em estado de alerta. A cada dia novas evidências escancaram um esquema de manipulação de jogos no futebol envolvendo jogadores. O Ministério Público de Goiás (MP-GO) apura partidas das Séries A e B do Campeonato Brasileiro de 2022, além de confrontos dos estaduais deste ano.
A ofensiva chamada de Penalidade Máxima realizou buscas e apreensões nos endereços dos envolvidos. O grupo criminoso cooptava jogadores com ofertas que variavam entre R$ 50 mil e R$ 100 mil para que cometessem lances específicos nos jogos, como por exemplo, punições com cartões amarelo ou vermelho e a marcação de pênaltis. Diante dos resultados previamente combinados, os apostadores obtinham lucros altos em diversos sites de apostas.
As investigações iniciaram no final de 2022, quando o volante Romário, do Vila Nova-GO, aceitou uma oferta de R$ 150 mil para cometer um pênalti no jogo contra o Sport, pela Série B do Campeonato Brasileiro.
Romário recebeu um sinal de R$ 10 mil, e só teria os outros R$ 140 mil após a partida, com o pênalti cometido. À época, o presidente do Vila Nova-GO, Hugo Jorge Bravo, que também é policial militar, investigou o caso e entregou as provas ao MP-GO.
Bruno Lopez de Moura, apostador detido na primeira fase da operação, é visto pelo Ministério Público como líder da quadrilha no esquema de manipulação de resultados. Já os clubes e casas de apostas são tratados como vítimas.
O MP-GO pede a condenação do grupo envolvido na manipulação, além do ressarcimento de R$ 2 milhões aos cofres públicos por danos morais coletivos. Ao menos 20 partidas estão sendo analisadas pelo MP.
“Faltou agredir o árbitro”
Prints de trocas de mensagens em aplicativo apreendidas pelos investigadores mostram o jogador Fernando Neto, acusado de integrar o esquema, contando ter feito de tudo para receber cartão vermelho e ser expulso da partida. A conversa, conforme o Ministério Público, foi encontrada no celular de Bruno Lopez, que era um dos apostadores.
“Só faltou eu agredir o árbitro para acontecer alguma coisa”, escreveu Fernando. “Eu tentei de todo jeito e aquele f.. não me expulsou”, completou.
O ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou que o esquema será investigado pela Polícia Federal. Já o Ministério da Fazenda divulgou nesta quinta-feira (11) a proposta do governo para regulamentar as apostas esportivas. O tema deve ser enviado ao Congresso como medida provisória – ou seja, com as regras já em vigor e prazo de 120 dias para votação. De acordo com o governo, a regulamentação “vai garantir mais confiança e segurança aos apostadores, graças à transparência das regras e à fiscalização”.