Armando Burd Margem reduzida
Por Redação O Sul | 7 de maio de 2018
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
A única certeza sobre a eleição presidencial é que o vencedor será submetido a uma camisa de força: do orçamento federal de 3 trilhões e 500 bilhões de reais, apenas 100 bilhões estarão disponíveis para investimentos. Muito pouco.
Três trilhões e 400 milhões ficarão comprometidos com despesas obrigatórias, das quais o governo não pode fugir. As principais são o pagamento de aposentadorias, pensões, salários de servidores e benefícios assistenciais.
Fala aos demagogos
Faltam exatos cinco meses para as eleições e o ensinamento de Tancredo Neves, dada há 33 anos, foi pouco assimilada. A 17 de março de 1985, o interino José Sarney leu o discurso do presidente eleito que estava hospitalizado:
“A experiência tem ensinado que os planos de impacto têm vida efêmera, criam ilusões que duram pouco e trazem frustrações que marcam todo o governo. Nada deve ser anunciado sem antes fazer um levantamento rigoroso do sistema financeiro do setor público.”
Choro se repete
A maioria dos governantes assume desconhecendo os números. Meses depois, apresentam a desculpa esfarrapada: “Dá para fazer muito pouco porque faltam recursos.”
Vamos conferir a firmeza
A Comissão Especial sobre a Lei Kandir, no Congresso Nacional, divulga hoje à tarde o relatório final. Espera-se que não surja mais uma encenação do peleguismo. Criada em 1996, consagrou-se pelo calote. Só para o Rio Grande do Sul, o governo federal deve 60 bilhões de reais. Ao longo de 22 anos, parlamentares em Brasília poucas vezes se levantaram para protestar.
Pressão forte
O Executivo pretende que o pacote de projetos, incluindo a redução de benefícios do funcionalismo municipal, seja votado pelos vereadores de Porto Alegre até 15 de junho. Pela fragilidade, a atual segurança no plenário da Câmara não terá condições de conter manifestantes em caso da aprovação de cortes. O reforço será indispensável.
Sobre o festival de erros
Completa-se hoje um mês do festival de equívocos que cercou a prisão do ex-presidente Lula. Abrigar-se no Sindicato dos Metalúrgicos teve um sentido simbólico, mas deveria ter hora para terminar. Sair no automóvel de um amigo seria o razoável. Deixar-se levar por um camburão da Polícia virou cena de novela.
Dilma acima de tudo
Já estava garantido o apoio do MDB, tido como fundamental para a reeleição do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, do PT. O surgimento recente da candidatura de Dilma Rousseff ao Senado, com posição favorável nas pesquisas, muda o rumo.
Entre garantir mais um mandato para o governador e eleger a ex-presidente, o PT escolherá a segunda opção.
Tendência
O site mdb.org.br pergunta: você é a favor do fim da reeleição para presidente, governador e prefeito? Resultado parcial: 68 por cento responderam sim; 32 por cento, não.
Será um dos projetos da reforma política em 2019. Está comprovado: o segundo mandato costuma ficar abaixo do desempenho do primeiro. É o cansaço.
Ninguém reclamou
Completa-se um mês da flexibilização do horário da Voz do Brasil e ninguém reclamou. Durante 81 anos, os ouvintes de rádio ficaram sem o direito de escolha das 19h às 20h. Mais uma imposição, surgida na ditadura Vargas, que veio abaixo.
Voz da experiência
A sabedoria e lição de Fernanda Montenegro: “Quem acredita na fama está perdido”. Declaração dada ao colunista Léo Dias, do jornal O Dia, do Rio de Janeiro.
Botam tudo a perder
Não vai demorar muito para o surgimento de candidatos bons de briga e ruins de estratégia.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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