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Variedades Mateus Solano fala sobre trabalho, família, representatividade e vaidade: “Estou careca e adoraria poder aparecer assim na TV”

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Mateus Solano em dia de vacinação contra a Covid, com os filhos Benjamin e Flora. (Foto: Reprodução/Instagram)

Eu tenho muita disposição para ser feliz”, atesta Mateus Solano sobre o seu costumeiro bom humor. Mesmo interpretando o mais sisudo dos quatro protagonistas de “Quanto mais vida, melhor”, o ator fez com que o cirurgião cardíaco Guilherme caísse nas graças do público, colorindo o texto de Mauro Wilson com seu carisma. E a afeição se acentua nesta nova fase da novela das sete, em que o Doutor das Galáxias e a descolada dançarina Flávia (Valentina Herszage) trocaram de corpos. Da fusão, surgiu um novo personagem, louro, leve e solto. No Twitter, rede social que ele ativou para acompanhar os comentários sobre a trama, a comunidade “Flagui” anda em polvorosa. E o elenco celebra ter atingido sua primeira meta: entregar um produto divertido em tempos difíceis.

Solano já havia demonstrado ter talento para subverter uma possível antipatia inicial dos telespectadores ao emprestar sua pele ao ácido Félix, de “Amor à vida” (2013). De vilão frio e ambicioso, o personagem que “escondia” a sua sexualidade, apesar dos trejeitos acentuados, apaixonou quem assistia à obra de Walcyr Carrasco e ganhou torcida até dos mais conservadores. “Os homofóbicos olhavam pra mim, davam uma risada e diziam: ‘Pô, você tem que dar um beijo naquele cara!’. Foi muito especial essa unanimidade. Com Félix, eu consegui cumprir um dos objetivos do artista: fazer com que o público reveja seus preconceitos”, afirma ele, que escreveu sua história na teledramaturgia brasileira ao encenar com Thiago Fragoso o primeiro beijo entre homens numa novela. E no horário nobre! Homem cisgênero, heterossexual e simpatizante da bandeira arco-íris, Solano defende mais espaço na televisão para atores LGBTQIAP+.

Nesta entrevista, além de rever momentos marcantes de suas duas décadas e meia de carreira, o ator reflete sobre a chegada aos 40 anos (1/3 da vida, na concepção da comunidade judaica, à qual pertence) e a não preocupação com a vaidade (“Estou careca, e adoraria poder aparecer assim em cena, na TV”, entrega). Também compartilha o que pensa sobre a morte, tema central da novela das sete e entrega outras habilidades artísticas, como o piano e a tapeçaria. Confira os melhores trechos do papo:

Novela, obra fechada?

“Eu não considero o que a gente fez uma novela, que precisa de um diálogo com o público. Foram 178 capítulos pré-gravados, em meio a uma pandemia com protocolos. Terminamos quando a obra estava há apenas uma semana no ar. Está longe de ser o ideal, porque um bom ator está sempre se estudando. Pra mim, é fundamental me ver em cena, acertar detalhes. Hoje, assistindo aos capítulos, meu olhar é supercrítico, mas também generoso. Sei do máximo que consegui ir, dentro das condições de trabalho. Não posso ser cruel comigo mesmo. Mas, se ainda pudesse, apertaria alguns parafusos. Por exemplo: tentaria uma interpretação menos vitimizada para Guilherme, que já é infantil. Agora, qualquer elogio do público é lucro, porque não dá pra mudar nada. Mas tudo foi feito com muito amor, e tenho ficado feliz com a boa repercussão”.

Relação com a morte

“Estou com 40 anos, quase 41 (em 20 de março). Com 30 e poucos, veio o alerta, uma taquicardia ao pensar no momento derradeiro. Eu sempre fui criado como parte da natureza, e não como dono dela. A crença de que a nossa alma segue algum caminho depois da morte do corpo é uma visão um tanto egocêntrica do ser humano. Típica de uma espécie que já se desligou tanto da natureza que não consegue enxergar a dádiva, o milagre que é se misturar com a terra. Tem coisa mais incrível do que virar comida de minhoca e depois virar uma outra coisa? Somos muito mais que só esta vida. Somos parte de um todo. Esse desprendimento da individualidade, ser parte e não o bastante, é o caminho que eu trilho. É absurdo o ser humano, em pleno 2022, ter tanto medo da única certeza que a gente tem. É inútil tentar adiar a morte com plásticas e outras intervenções, deixando de valorizar cada segundo atual e correndo atrás do que já passou”.

A arte imita a vida, em parte

“Minhas semelhanças com Guilherme param por aí: também ter uma mãe psicóloga (risos). Uma das coisas que eu procurei saber no início da novela foi como Celina (Ana Lúcia Torre), com um psicológico tão ruim, poderia ter essa profissão. Ao que alguns psicólogos me responderam: tem gente que cursa Psicologia para fugir de si próprio e começar a apontar o dedo para os outros. Minha mãe sempre teve a sua analista. Eu achava isso muito curioso na infância, perguntei, e ela me disse: ‘Eu também preciso, sou um ser humano como outro qualquer’. Dona Miriam, por mais ciumenta que possa se mostrar em algum momento, é uma mulher que se reinventa, muito juvenil. Ela tem 71 anos, mas não cristaliza ações e pensamentos, se permite mudar. Uma das maiores lições que minha mãe me dá é essa eterna curiosidade sobre si mesma, nunca achar que está certa e pronta. E a relação dela com minha mulher é ótima (ao contrário de Celina e Rose, interpretada por Bárbara Colen). É sogrete pra cá, norete pra lá… Outro dia, fiquei sabendo que as duas ficaram horas falando sobre mim. Minha orelha até coçou. ‘Espero que tenham falado bem’, eu disse. E elas: ‘É, de tudo um pouco…’”.

Terapia

“Dos meus 15 aos 38 anos, fiz terapia. Se não fosse ela, eu não seria metade da metade do que sou hoje. No momento, não estou fazendo, mas posso voltar a qualquer hora. A terapia me trouxe muita paz e crescimento. Boa parte dos males do corpo são resultantes de coisas mal resolvidas dentro da cabeça. Parei por um tempo por não conseguir conciliar com o trabalho”.

Outros talentos

“Tenho estudado música e etimologia do Português. Durante a novela ‘Pega pega’ (2017), fiz metade de um tapete de esmirna, enquanto aguardava para gravar. Ainda quero estudar música indiana. Estou sempre em busca de alguma novidade. Na minha adolescência, comecei a tentar pintar como Miró (artista plástico espanhol). Lembro que consegui atingir um traço meio parecido com o dele e, nas aulas de Artes, me colocaram para pintar camisas. Eu gosto de brincar de misturar artes”.

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https://www.osul.com.br/mateus-solano-fala-sobre-trabalho-familia-representatividade-e-vaidade-estou-careca-e-adoraria-poder-aparecer-assim-na-tv/ Mateus Solano fala sobre trabalho, família, representatividade e vaidade: “Estou careca e adoraria poder aparecer assim na TV” 2022-03-06
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