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Por Redação O Sul | 16 de julho de 2017
Um dos mais conceituados cirurgiões de Portugal, célebre também por opiniões ofensivas, como, por exemplo, considerar a homossexualidade uma “aberração”, o cirurgião Antônio Gentil Martins criticou duramente o jogador Cristiano Ronaldo, a quem chamou de “estupor moral”, por “privar” seus filhos da convivência com as mães biológicas. O atleta é pai de três filhos, um menino de 7 anos e um casal de gêmeos nascidos nos mês passado, todos gerados a partir de barriga de aluguel.
“É um excelente atleta, tem mérito imenso, mas é um estupor moral, não pode ser exemplo para ninguém”, afirmou o médico, em entrevista ao jornal português Expresso, publicada nesse sábado. “Toda a criança tem direito a ter mãe”, disse Gentil Martins, conhecido por ser primeiro a separar gêmeos siameses no país europeu.
Protocolo comum em nascimentos por barriga de aluguel, as mães dos filhos de Cristiano Ronaldo não têm a guarda dos filhos. Segundo a imprensa portuguesa, a mulher que gerou os recém-nascidos foi escolhida através de uma empresa e assinou um contrato com o jogador para abdicar dos direitos sobre as crianças.
O médico foi ainda mais longe em suas declarações polêmicas e culpou a mãe de Cristiano Ronaldo, Dolores Aveiro, pela sua escolha de paternidade solitária: “Penso que uma das grandes culpadas disto é a mãe dele. Aquela senhora não lhe deu educação nenhuma”.
Há rumores de que Cristiano Ronaldo pagou à mulher, pela barriga de aluguel de seus filhos Eva Maria e Mateo, 200 mil euros, o equivalente a cerca de R$ 745 mil .
Homossexualidade
Na mesma entrevista, o aclamado de cirurgião de 87 anos também fez comentários ofensivos sobre a homossexualidade: “Se me perguntam se é correto? Acho que não. É uma anomalia, é um desvio de personalidade. Como os sadomasoquistas ou as pessoas que se mutilam”, disse ao jornal português. As declarações de Gentil Martins geraram grande polêmica nas redes sociais e pedidos de intervenção por parte da (OMP) Ordem dos Médicos de Portugal.
O presidente da entidade médica portuguesa, Miguel Guimarães, confirmou que duas médicas já comunicaram que vão fazer queixa na Ordem e, portanto, “o caso vai ter de ser analisado pelos órgãos competentes”, disse Guimarães.
Conforme Guimarães, o Conselho terá de analisar entre “o dever que os médicos têm de ter um comportamento público adequado à dignidade da profissão” e o direito à “liberdade de expressão a que Gentil Martins tem como cidadão”. “É nesse equilíbrio que terá de incidir o inquérito do Conselho de Jurisdição, sendo o resultado imprevisível”, disse o presidente da OMP.
Miguel Guimarães admite que as declarações daquele que considera ter sido “o mais virtuoso bastonário” da OMP podem ser de fato “ofensivas” para os homossexuais, mas destaca que “enquanto cidadão ele tem direito de as proferir”.