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Mundo Médicos dos Estados Unidos se mostram céticos com o uso de esteroide contra o coronavírus

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Pesquisadores aguardam aval da Anvisa para o próximo passo. (Foto: EBC)

O anúncio de terça-feira (16) sobre um tratamento poderoso contra o novo coronavírus causou tanto otimismo quanto ceticismo em médicos dos Estados Unidos, que disseram que a retirada recente de um estudo influente sobre a Covid-19 os fez desejar ver mais dados.

A pressão global para se encontrar uma cura ou vacina para a Covid-19 acelerou o processo de divulgação de resultados de estudos sobre o coronavírus, criando dúvidas sobre a eficiência de terapias. Um estudo influente sobre a Covid-19 foi desautorizado neste mês pelo respeitado periódico científico britânico The Lancet devido a questionamentos sobre os dados.

Pesquisadores do Reino Unido disseram que a dexametasona, usada para combater inflamações de outras doenças, reduziu em cerca de um terço as taxas de mortalidade entre pacientes de Covid-19 gravemente doentes e hospitalizados e que trabalharão para publicar os detalhes completos o mais cedo possível.

Mas a principal autoridade de saúde da Coreia do Sul pediu cautela no uso do medicamento para pacientes de Covid-19 devido a possíveis efeitos colaterais.

“Já nos queimamos antes, não somente durante a pandemia de coronavírus, mas até antes da Covid, com resultados empolgantes que, quando temos acesso aos dados, não são tão convincentes”, disse Kathryn Hibbert, diretora da unidade de tratamento intensivo do Hospital Geral de Massachusetts de Harvard.

Hibbert disse que a publicação dos dados a ajudaria a avaliar as conclusões e ver quais pacientes se beneficiaram mais e com qual dosagem.

“Estou muito esperançosa de que seja verdade, porque seria um enorme passo adiante para conseguirmos ajudar nossos pacientes”, disse ela, mas acrescentando que não mudará suas práticas neste momento.

Os esteroides podem reprimir o sistema imunológico, alertou Thomas McGinn, vice-médico-chefe do Northwell Health, o maior sistema de saúde de Nova York, onde os médicos usam esteroides caso a caso, explicou ele à Reuters.

“Temos que ver como é este estudo, dado o clima atual de retratações”, disse McGinn. “Quero ver os dados em si, ver se foram analisados pelos colegas e se são publicados em um periódico científico de verdade”.

Mark Wurfel, professor de medicina da Universidade de Washington, exortou os pesquisadores a divulgarem dados antes da publicação oficial.

Teste no Brasil

O medicamento dexametasona,que apresentou resultados positivos na redução de mortalidade de casos graves de Covid-19 em teste no Reino Unido, é objeto de um estudo clínico também no Brasil. A Coalizão Brasil Covid, esforço coordenado pelos hospitais Sírio Libanês, Albert Einstein, HCor, Moinhos de Vento, Oswaldo Cruz e Beneficência Portuguesa (BP) para testar diversas drogas candidatas, está recrutando voluntários no País para testar a droga em um estudo randomizado e com grupo controle também com pacientes com quadro severo da infecção pelo novo coronavírus.

De acordo com o médico intensivista Luciano Azevedo, do Sírio, que é o principal investigador do estudo, ainda estão sendo recrutados pacientes e o plano é chegar a 350. Como o estudo ainda está em andamento, ele não quis apresentar nenhum resultado preliminar.

O recrutamento deve continuar até o fim do mês e, assim como no estudo britânico, haverá acompanhamento dos pacientes por 28 dias. Assim, a expectativa é que os resultados sejam divulgados no começo de agosto.

Azevedo explica que a droga foi escolhida para a investigação por já ter demonstrado bom resultados em outros tipos de síndrome respiratória aguda grave causadas por outros vírus e bactérias. “Em pacientes sem Covid, a dexametasona já tinha mostrado benefícios na diminuição do tempo em que os pacientes passam no ventilador e na chance de morrer. Mas não era Covid.”

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https://www.osul.com.br/medicos-dos-estados-unidos-se-mostram-ceticos-com-o-uso-de-esteroide-contra-o-coronavirus/ Médicos dos Estados Unidos se mostram céticos com o uso de esteroide contra o coronavírus 2020-06-17
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