Após a bateria de reuniões entre empresários, políticos e lobistas de ambos os lados nesta semana, o ministro Marcos Pereira (Desenvolvimento, Indústria e Comércio) encontrará o secretário americano de comércio, Wilbur Ross, no próximo dia 19 de outubro, em Washington, para discutir as exportações brasileiras.
“O Brasil é parte da solução, não do problema”, afirmou nesta terça-feira Marco Polo de Mello Lopes, presidente do Instituto Aço Brasil, argumentando que o Brasil tem balança comercial negativa com os EUA há mais de 10 anos e que o aço brasileiro aumenta a competitividade americana em setores como agronegócio e infraestrutura.
China
A raiz do imbróglio que pode afetar o Brasil, segundo os empresários, estaria na gigantesca indústria do aço na China, que, graças a estímulos do governo, tornou a capacidade de produção muito maior do que a procura pelo aço.
“A produção anual de aço no Brasil é equivalente a 14 dias de produção na China”, afirmou Mello Lopes.
Qual é o risco para os EUA?
Em 2016, segundo a agência Bloomberg, o valor das ações dos dois maiores produtores de aço dos EUA tiveram o maior crescimento em uma década, como resultado de sanções internacionais aplicadas sobre produtos exportados pela China.
Para analistas, a investigação pode ser apenas um blefe de Trump para a renegociação de contratos – especialmente com chineses. Mas também pode ser uma forma de garantir uma base mais heterogênea de países fornecedores – evitando que uma eventual crise política ou econômica, como a enfrentada pelo Brasil, contamine a produção e o abastecimento americanos.