Segunda-feira, 16 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 15 de junho de 2025
Com uma semana sem votações em razão do Fórum Parlamentar dos Brics, a Câmara dos Deputados deverá seguir em mais um “folgão” em junho. Isso porque o ritmo de votações no plenário será afetado por feriados ao longo do mês, especialmente o de São João.
Como é de costume, parlamentares da região Nordeste costumam deixar as atividades em Brasília para priorizar as festividades juninas nas cidades de seus respectivos Estados. Segundo eles, é o principal momento de contato com suas bases eleitorais.
O próprio presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), deverá ir a Patos (PB), cidade da sua família. Figuras próximas a ele dizem que ele nunca perdeu um ano de festividades juninas por lá mesmo quando era líder do Republicanos na Câmara e que, até por isso, deverá estar na cidade. Procurado por meio de sua assessoria, Motta não se manifestou.
A festa em Patos deve ocorrer entre os dias 19 a 23 de junho. “Pessoal, sabe quem saindo na frente mais uma vez?”, disse Motta em março ao anunciar a festa de São João na cidade em publicação nas redes sociais.
Neste ano, o São João de Patos terá shows de Luan Estilizado (que tocou na festa que celebrou a vitória de Hugo Motta como presidente da Câmara), Weslley Safadão, Bruno e Marrone, Henrique e Juliano, entre outros.
Intocáveis
No ano passado, Motta esteve ao lado de políticos, como o senador Ciro Nogueira (PP-PI) e o ex-ministro das Comunicações Juscelino Filho, nas festas da cidade. “Algumas coisas que são intocáveis para mim: (…) o melhor São João do Nordeste em Patos”, escreveu o presidente da Câmara em publicação no X no mês de abril.
Em Brasília, a expectativa é de sessões esvaziadas com poucas votações. Nesta semana, Motta compensará o feriado de Corpus Christi (na quinta, dia 19) realizando sessões de segunda a quarta-feira (costumeiramente as sessões são de terça a quinta-feira). Na semana do dia 23, haverá sessões virtuais na quarta e na quinta-feira.
“O São João é de uma importância muito grande para todo o Nordeste”, disse José Rocha (União Brasil-BA). “Acho que isso não é impede que os deputados trabalhem durante o período junino. Que se respeite apenas o dia de feriado, 24, para deputados estarem em suas bases.”
Rocha não é contra a realização de sessões virtuais. “O importante é que haja trabalho. Se é em sessão virtual ou presencial, não importa. O que importa é estar votando matéria”, afirmou o deputado.
Ritmo
Depois, em julho, os deputados deverão ter mais três semanas de trabalho. O recesso parlamentar inicia-se no dia 18 de julho e vai até o dia 1º de agosto. Na leitura de parlamentares ouvidos sob condição de reserva, o ritmo do primeiro ano de Motta na presidência da Câmara ainda é considerado lento, com poucas votações importantes no plenário da Casa.
Para esses deputados, a atual lentidão afeta principalmente o governo, que ainda vê suas principais propostas empacadas no Legislativo.
Até então, deputados apontam a votação que decidiu por sustar a ação penal do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) como a única de maior relevância neste momento no Parlamento.
Recesso branco
Em maio, logo após essa votação, a Câmara teve um “recesso branco”. Motta foi, ao lado de outros deputados, aos Estados Unidos para participar do LIDE Brazil Investment Forum 2025, evento que reuniu empresários, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e autoridades brasileiras em Nova York.
O “recesso branco” foi adotado com mais frequência após a pandemia. Esse termo geralmente é usado para se referir às férias informais de duas semanas tiradas por deputados no meio do ano.
Para poder ter direito às férias de transição de semestre, os deputados devem votar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) – isso não ocorreu nem em 2023 e nem em 2024. Mesmo assim, o então presidente Arthur Lira (PP-AL) simplesmente esvaziou a pauta e garantiu o recesso aos deputados.
Nos primeiros dois meses da presidência de Hugo Motta, iniciada em fevereiro deste ano, o plenário e as comissões votaram menos proposições legislativas em comparação com o mesmo período do primeiro ano de seu antecessor no cargo, Arthur Lira. Com informações de O Estado de S. Paulo.