Quinta-feira, 23 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 3 de agosto de 2021
Greenpeace sobrevoou focos de queimadas registrados pelo Inpe e flagrou fogo em floresta pública sem destinação e parque nacional
Foto: Christian Braga/GreenpeaceA Amazônia registrou 4.977 focos de queimadas em julho, segundo dados preliminares do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais). Isso apesar de o uso do fogo no bioma estar proibido desde 29 de junho, quando o governo federal publicou um decreto suspendendo a prática por 120 dias no território nacional.
Para mostrar onde o fogo está destruindo a Amazônia, a a organização Greenpeace sobrevoou a região na última semana de julho e fotografou áreas afetadas. Entre elas, há registro de fumaça e fogo em florestas públicas e parques nacionais.
Em uma imagem feita no dia 29 de julho em Porto Velho, Rondônia, é possível ver que a área desmatada e recém queimada já recebe gado. Outra imagem, também de 29 de julho, flagra uma coluna de fogo avançando sobre, segundo o Greenpeace, uma área de floresta pública não destinada em Porto Velho, Rondônia.
O município de Porto Velho, segundo o Inpe, foi o que mais registrou focos de queimadas em julho em toda a Amazônia: foram 340 focos. Logo em seguida aparecem Lábrea (AM), com 251 focos; Apuí (AM), com 249 focos; e Altamira (PA), com 228 focos.
Dados do Inpe também apontam que mais da metade do fogo registrado em julho na Amazônia está concentrado em apenas dois estados, o Pará (1.372 focos) e o Amazonas (1.173 focos)
As fotos registradas pelo Greenpeace também mostram uma densa cortina de fumaça sobre uma área degradada no Parque Nacional Mapinguari, em Lábrea, no Amazonas, na última semana de julho.
A organização lembra que, no mesmo dia em que foi publicado o decreto nº 10.735 proibindo o uso do fogo no período, o governo federal autorizou novamente o uso das tropas militares para combater as queimadas na Amazônia.
Segundo a organização, os quase cinco mil focos registrados pelo Inpe no mês passado são ilegais e mostra que as ações do governo federal são ineficientes para proteger o bioma. De fato, o governo federal publicou o mesmo decreto no ano passado suspendendo o uso do fogo. No entanto, os focos de incêndio em 2020 foram 15% maiores do que os registrados em 2019.
Entre as unidades de conservação, as três que mais queimaram no mês estão no estado do Pará: Reserva extrativista Chico Mendes (61 focos); Área de Proteção Ambiental (APA) Triunfo do Xingu (46 focos) e Flona de Altamira (39 focos).
Já em relação às terras indígenas (TI), as três com maior foco de queimadas estão no Mato Grosso: TI Parque do Xingu (62 focos); TI Zoró (23 focos) e TI Aripuanã (20 focos).