Quinta-feira, 06 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 15 de setembro de 2025
Uma versão mais “light” da proposta também está em negociação
Foto: Marcelo Camargo/Agência BrasilA bancada do PL (Partido Liberal) quer acelerar nos próximos dias as negociações para uma tramitação rápida do projeto que concede anistia aos envolvidos na tentativa de golpe de Estado.
A oposição mira a “janela de oportunidade” criada após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aposta no reforço das articulações com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
O cronograma rápido idealizado pela bancada da oposição almeja avançar na tramitação do texto já nesta semana. O líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ), quer pressionar pela análise da urgência nesta quarta-feira (17) — e até mesmo o mérito, se a estimativa de votos indicar um cenário favorável para a aprovação no mesmo dia.
O texto, no entanto, ainda não foi consensuado. O grupo defende uma anistia ampla, geral e irrestrita que beneficie Bolsonaro. Uma versão mais “light” da proposta também está em negociação, em especial por integrantes do Centrão e entre senadores.
Para garantir o avanço da proposta, o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, visa consolidar o apoio de siglas de centro. O partido busca manter alianças com o PP e o União Brasil, além de atrair o PSD e o Republicanos para garantir apoio suficiente no Congresso.
No sábado (13), durante evento em Itu (SP), Valdemar recebeu um aceno positivo e público de Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD e secretário estadual de Governo e Relações Institucionais de São Paulo.
A abrangência da anistia é o que tem travado um acordo para o texto. Além disso, a proposta depende do aval do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para pautar o texto. O tema deve ser debatido na próxima reunião de líderes da Casa, quando a oposição deve pressionar pela votação.
Parte dos líderes da Câmara vê um cenário mais propício para a proposta após o desembarque do governo anunciado por União Brasil e PP, além da atuação direta de Tarcísio de Freitas.
Em outra frente, a base governista se mobiliza para barrar o texto e já projeta cenários de uma possível votação, além de estratégias de retaliações.
Resistência
Motta já indicou que uma anistia ampla — como a sonhada pela oposição — não tem ambiente para ser aprovada na Casa. Para o presidente da Câmara, o caminho que pode reunir maior apoio envolve uma proposta voltada para a diminuição de penas.
Mesmo se for aprovada na Câmara, a anistia esbarra na resistência no Senado. No Executivo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já indicou que vetará o projeto caso chegue à sua mesa para análise da sanção. O texto ainda pode ser barrado pelo STF (Supremo Tribunal Federal), que tem competência para considerar a matéria como inconstitucional. As informações foram divulgadas pela CNN.