Terça-feira, 18 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 27 de março de 2018
Nessa terça-feira, o presidente Michel Temer anunciou aproximadamente 2 bilhões de reais para o saneamento básico em municípios do País, além de um “indicativo” de que outros 3 bilhões de reais serão liberados em breve. Do total de investimentos, 1,29 bilhão são destinados a obras de esgoto sanitário. Outros 663,8 milhões terão como destino investimentos em abastecimento de água e redução do controle de perdas.
“Estamos aqui reunidos para liberar, neste momento, cerca de 2 bilhões de reais para saneamento, com o indicativo de que, em brevíssimo tempo, nós vamos liberar mais 3 bilhões”, ressaltou o chefe do Executivo , no Palácio do Planalto, durante discurso na cerimônia de abertura da segunda fase do projeto “Avançar Cidades – Saneamento”.
De acordo com o ministro das Cidades, Alexandre Baldy, os recursos liberados abrangem 86 contratos de financiamento a serem assinados com companhias estaduais e municipais de saneamento, sendo quatro deles diretamente com as prefeituras. Os recursos para os financiamentos são oriundos do FGTS e os contratos serão assinados com a Caixa Econômica Federal.
“O governo federal não realiza obras diretamente. Promovemos as condições para que esses investimentos possam ocorrer. Desejamos, com o novo marco legal do saneamento, que essa discussão possa ser ampliada”, declarou Baldy durante o mesmo evento.
Manifestações
No Dia Mundial da Água, celebrado na última quinta-feira (22 de março), centenas de integrantes de ONGs (organizações não governamentais) ligadas a causas ambientais realizaram um ato em frente ao Congresso Nacional para alertar para a necessidade de ampliação do saneamento no País e a importância do uso racional da água.
Durante a mobilização, o grupo chamou a atenção da opinião pública erguendo no gramado central em frente ao Parlamento em Brasília um vaso sanitário inflável com 12 metros de altura. Estendeu, ainda, uma bandeira de 750 metros quadrados, com a logomarca da SOS Mata Atlântica, entidade responsável pela iniciativa.
Os manifestantes também criticaram propostas que tramitam no Parlamento que tiram a exigência de licenciamentos ambientais, necessários para que empresas tenham aval de funcionamento. “Estamos em 2018 e 70% do esgoto do Brasil continua sendo jogado em rios, o que causa problemas”, alertou o diretor de políticas públicas da SOS Mata Atlântica, Mário Mantovani. “Sabemos que mais de 70% das doenças no país são de origem hídrica. Temos no Congresso um projeto-de-lei de saneamento que é ruim, para atender empreiteiras.”
Um levantamento divulgado há uma semana pela organização apontou que apenas 4,1% dos 294 pontos de coleta nos córregos lagos e rios da Mata Atlântica dispõem de água de boa qualidade. Conforme Mantovani, que presidiu o primeiro comitê brasileiro de bacias hidrográficas, a água dos rios atualmente é avaliada de acordo com uma escala que varia de 1 a 4. Ele é um dos que lutam para acabar com a classificação de nota 4, que permite que rios onde são despejados resíduos industriais fluam sem ser submetidos a tratamento.