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Política Ministra assediada por ex-colega chora na posse da nova titular do Ministério dos Direitos Humanos

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Ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, discursa em cerimônia no Palácio do Planalto. (Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil)

A ministra da Igualdade Racial Anielle Franco chorou ao abraçar a nova titular dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, que tomou posse no cargo nessa sexta-feira (27), em evento no Palácio do Planalto. Evaristo é a sucessora de Silvio de Almeida que deixou o comando da pasta após ser acusado de assédio sexual, o que ele nega. Uma das suspeitas é que ele tenha assediado Anielle. O caso está sendo investigado pela Polícia Federal.

Evaristo já disse que quer criar mecanismos para que casos como esse não se repitam. A nova ministra dos Direitos Humanos já afirmou ser importante que o sigilo das denunciantes do ex-chefe da pasta seja preservado. Evaristo afirmou que ministério encaminhou as “apurações devidas” acerca do caso.

“O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania está de pé, está vivo, temos tarefas concretas e muita coisa por fazer”, disse Macaé, em cerimônia no Palácio do Planalto ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para ela, o termo “direitos humanos” só tem sentido se for materializado na vida cotidiana das pessoas comuns.

“Tem uma palavra, presidente Lula, que vem da filosofia africana: ubuntu, que significa humanidade para todos. O termo, ao mesmo tempo que reafirma a beleza de cada um ser o que se é, chama a atenção para o entendimento de que só alcançamos a plenitude como indivíduos na coletividade, ‘eu sou porque nós somos’. E esta talvez seja maior vocação do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania: humanidade para todos, direito à vida, à liberdade, à educação, à saúde e ao trabalho, direito à memória e à verdade”, disse Macaé.

Pessoa comum

“A minha maior credencial é ser uma pessoa absolutamente comum”, destacou, falando sobre sua trajetória de vida, de mulher preta do interior de Minas Gerais, criada apenas pela mãe, após a morte precoce do pai, e que teve a oportunidade de estudar.

“Infelizmente, na nossa sociedade brasileira, muita gente tem uma concepção de que direitos humanos é uma coisa de quem defende bandido. E é o desafio fundamental para a gente construir a ação desse ministério porque a gente precisa entender a tensão entre afirmação e negação dos direitos humanos”, acrescentou a nova ministra.

Deputada estadual pelo PT em Belo Horizonte, Macaé Evaristo é professora de formação e começou sua carreira política enquanto secretária municipal de Educação em 2005. Foi secretária de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão do Ministério da Educação em 2013 no governo Dilma Rousseff (PT). Entre 2015 e 2018, foi secretária de Educação na gestão estadual do governador Fernando Pimentel. Seu primeiro cargo eletivo foi de vereadora de Belo Horizonte, em 2020.

 

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