Quarta-feira, 01 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 24 de julho de 2015
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse, na quinta-feira, que vai continuar com a disciplina fiscal e que ainda é possível evitar o esperado rebaixamento da nota de risco do Brasil após o anúncio da redução da meta fiscal na quarta-feira. Ele falou durante teleconferência com investidores do banco J.P. Morgan. “A beleza da economia brasileira é a sua capacidade de reagir rapidamente […] Vimos sinais de reação da economia […] Acho que a economia brasileira pode se recuperar significativamente”, afirmou, sobre a possibilidade de o País livrar-se do rebaixamento de sua nota de crédito – com uma possível perda do grau de investimento –, que preocupa o mercado.
O ministro acrescentou que o Brasil é capaz de “mudar as condições macroeconômicas e melhorar rápido”, a respeito das dificuldades do ajuste fiscal. O mercado teme que o País, depois do esperado rebaixamento pelas agências de avaliação de risco Moody’s e Fitch, receba perspectiva negativa de alguma delas. Assim, ficaria na iminência de perder seu cobiçado grau de investimento – uma espécie de “selo de qualidade” para os investimentos estrangeiros.
A Moody’s deve manifestar-se sobre a nota brasileira em breve, sem data definida. A Fitch Ratings informou que irá reavaliar as tendências fiscais do Brasil, ponto importante para sua decisão sobre se rebaixará a nota do País.
A agência de classificação de risco brasileira Austin Rating rebaixou, na quinta-feira, a nota de crédito de longo prazo do Brasil em moeda estrangeira de “BBB-” para “BB+”. Desse modo, o País perdeu o grau de investimento – espécie de selo de bom pagador e “porto seguro” para investidores – pelos parâmetros desta escala.
A avaliação de risco de investimento é um sistema com o intuito de alertar os investidores de todo o mundo sobre os perigos do mercado em que eles escolhem para aplicar seu dinheiro. Tanto a Fitch quanto a Moody’s avaliam o País apenas dois níveis acima do grau especulativo. A Standard & Poor’s tem rating BBB- para o Brasil, sua nota mais baixa ainda em grau de investimento.
Na quarta-feira, o governo anunciou que decidiu revisar a meta de economia para pagar os juros da dívida – o chamado superávit primário – para 8,747 bilhões de reais em 2015, o equivalente a 0,15% do PIB (Produto Interno Bruto), diante da previsão anterior de 66,3 bilhões de reais (correspondente a 1,19% do PIB). (AG)