Sábado, 17 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 16 de maio de 2025
Uma pesquisa recente que mostrou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), empatado tecnicamente com Eduardo Bolsonaro (PL) em intenções de voto para o Senado por São Paulo preocupou os bolsonaristas. O levantamento, divulgado pela Paraná Pesquisas, que faz trabalhos para o PL, foi encarado com surpresa e apreensão por aliados do ex-presidente.
Apesar de Eduardo estar numericamente à frente de Haddad, o fato da distância para o petista ser de apenas quatro pontos percentuais mostrou que a eleição não está ganha, como pensavam algumas lideranças da direita. Somado a isso, existe a preocupação que Eduardo perca conexão com parte dos eleitores se permanecer muito tempo vivendo nos Estados Unidos e licenciado de seu mandato na Câmara dos Deputados.
Conforme informou a jornalista da GloboNews Andréia Sadi, o presidente Lula tem defendido que Haddad concorra a uma vaga no Senado em 2026.
Os bolsonaristas têm traçado planos na tentativa e eleger nomes de direita nas duas cadeiras da Casa pelo estado de São Paulo. Além de Eduardo, outro nome que está sendo trabalhado é o do secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, que anunciou deixar o PL para se filiar ao PP.
Na semana passada, ambos participaram de conversas em Nova York para discutir o xadrez político na próxima eleição e deixaram claro que miram uma dobradinha no Senado.
Estados Unidos
Em outra frente, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, na quarta-feira, que tem bancado a permanência do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos com parte dos R$ 17,2 milhões recebidos em 2023 por meio de Pix de apoiadores que aderiram a uma campanha de arrecadação para pagar as multas que recebeu durante o seu governo, como a de circular na rua sem máscaras durante a pandemia de covid-19. Desde março, Eduardo está licenciado do cargo na Câmara e permanece nos Estados Unidos.
Em um vídeo divulgado em suas redes sociais, o parlamentar justificou a decisão pelo que chamou de perseguição à qual ele e seu pai estão sendo submetidos no Brasil. Na gravação, Eduardo cita a possibilidade de o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinar a sua prisão. O parlamentar, no entanto, não foi indiciado nem denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) na investigação sobre a trama golpista.
“Eu estou bancando as despesas dele agora. Se não fosse o PIX, eu não teria como bancar essa despesa, ele está sem salário e fazendo o seu trabalho de interlocução com autoridades no exterior. O que queremos é garantir a nossa democracia, não queremos um judiciário parcial. Ele resolveu ficar por lá, nós conversamos quase todos os dias, mas são diálogos reservados. Quero que ele dispute o Senado em 2026, mas precisamos que os ventos mudem. Ainda não sei se ele retorna da licença, estamos na metade do prazo de 120 dias. Eu não quero ficar longe do meu filho, um afastamento familiar”, disse o ex-presidente.
O deputado afirmou que permanecerá nos EUA para “lutar” pela anistia aos presos pela tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023 e que só retornará ao Brasil quando Moraes for punido por “abuso de autoridade”. Na época da decisão, o deputado era cotado para assumir a Comissão de Relações Exteriores da Câmara (Creden), que seria a primeira pedida do PL entre as comissões permanentes. A ideia seria usar o cargo para uma aproximação institucional com o governo americano, comandado por Donald Trump. A comissão é responsável pelas relações diplomáticas e consulares da Casa com governos e entidades internacionais. As informações são do jornal O Globo.