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Brasil Ministros do Supremo Tribunal Federal criticaram a proliferação de sindicatos no País

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O ministro Luís Roberto Barroso. (Foto: Carlos Moura/SCO/STF)

O STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu nesta sexta-feira (29) que o fim da obrigatoriedade da contribuição sindical é constitucional, mantendo a novidade trazida pela reforma trabalhista em novembro do ano passado. O plenário julgou como improcedentes as ações de entidades que buscavam a volta do pagamento compulsório.

O julgamento que contesta um dos pontos da reforma trabalhista foi iniciado na quinta-feira (28), com o voto do ministro Edson Fachin, relator do caso e favorável à volta da obrigatoriedade, posição acompanhada apenas por Dias Toffoli e Rosa Weber.

Formaram maioria para manter a inovação da reforma trabalhista os ministros Luiz Fux, Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes, Luís Roberto Barroso, Marco Aurélio Mello e Cármen Lúcia. Os ministros Celso de Mello e Ricardo Lewandowski não estavam presentes na sessão e não votaram no caso.

A posição de Fachin, favorável à volta da obrigatoriedade, já era esperada. Em despacho no mês de maio, o ministro sinalizou que era contrário ao fim do pagamento compulsório, interpretando que a decisão do Congresso fragilizou o sistema sindical brasileiro definido pela Constituição Federal de 1988.

Os argumentos foram endossados na sessão de julgamento. Para Fachin e Rosa, a Constituição de 1988 definiu um sistema baseado no tripé de contribuição compulsória, unicidade sindical e representação obrigatória. Para Toffoli, o fim da obrigatoriedade foi feito “do dia para noite”, sem preparações para substituição do financiamento dos sindicatos.

A maioria dos ministros, no entanto, entendeu que a escolha do legislador sobre o ponto, inovado pela reforma trabalhista, foi legítima e está de acordo com o sistema de liberdade definido pela Constituição.

Os ministros destacaram que a contribuição obrigatória gerou uma proliferação de sindicatos no Brasil que não se traduziu em representatividade e bem-estar para as categorias de trabalhadores.

Barroso afirmou na sessão desta sexta que o modelo operante até a reforma trabalhista beneficiou os sindicalistas, e, não, os trabalhadores. “Tenho um pouco do sindicalismo a mesma visão que tenho do capitalismo brasileiro: em lugar de conquistar clientes e consumidores, o que se quer mesmo é conquistar o Estado para se obter subsídios, vantagens e desonerações”, afirmou Barroso.

Moraes destacou a questão da representatividade. “Há cerca de 16 mil sindicatos, e aproximadamente 20% dos trabalhadores sindicalizados. Há algo de errado com o que o constituinte pretendeu, não há representatividade”, disse o ministro.

O tema tem gerado grande discórdia entre sindicatos, trabalhadores e empresas. Entidades sindicais reclamam que o fim da contribuição reduziu drasticamente o financiamento dessas instituições que, sem dinheiro, tiveram as atividades duramente comprometidas. Do outro lado, empresas e parte dos trabalhadores têm defendido o fim de contribuição obrigatória que cobrava do empregado formal um dia de trabalho que era arrecadado diretamente no contracheque e era compartilhado entre sindicatos, confederações e o próprio governo federal.

Nos votos favoráveis ao fim da obrigatoriedade, os ministros destacaram que a legislação prevê outras possibilidades de arrecadação pelos sindicatos, como taxas assistenciais, mensalidade ou contribuição associativa. “Eventual desastre no sistema sindical é afirmação que ignora outras formas de custeio”, afirmou Fux.

 

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https://www.osul.com.br/ministros-do-supremo-tribunal-federal-criticaram-a-proliferacao-de-sindicatos-no-pais/ Ministros do Supremo Tribunal Federal criticaram a proliferação de sindicatos no País 2018-06-29
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