Quinta-feira, 15 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 14 de maio de 2025
Três anos após sua Palma de Ouro honorária, Tom Cruise retorna ao Festival de Cinema de Cannes para apresentar, fora de competição, a parte 2 de “Missão: Impossível — Acerto de Contas”, novo (e, ao que tudo indica, último) filme sobre a saga de sucesso do agente Ethan Hunt.
A saga mundial é herdeira da famosa série de televisão americana, exibida entre 1966 e 1973. A tentativa de retomar o sucesso televisivo, entre 1988 e 1990, fracassou, e em 1996 Cruise retornou à história para as telonas, desta vez com grande êxito. O que explica tamanho sucesso? Entenda abaixo em cinco pontos.
Da televisão ao cinema
Enquanto na série o personagem Jim Phelps, chefe da IMF (Força de Missões Impossíveis), era interpretado por Peter Graves, na versão cinematográfica é o ator Jon Voight que o encarna, em um duelo aberto com Tom Cruise, que interpreta o agente Ethan Hunt.
Além da música de Lalo Schifrin, dois versos da saga entraram para a história: “Sua missão, caso você decida aceitá-la” e “Esta mensagem se autodestruirá em cinco segundos”, expressões tão conhecidas como “Meu nome é Bond, James Bond”, da saga 007.
Tom Cruise em grande estilo
De 1996 a 2025, Tom Cruise interpretou esse herói, quase sem uma ruga em 30 anos, nos oito filmes da saga. Se a série de televisão é baseada no trabalho em equipe, a versão para o cinema depende quase exclusivamente das façanhas de Ethan Hunt.
Para o ator, que comanda “Missão Impossível” com mão de ferro, a saga marca o início do controle total sobre sua imagem e sua carreira. O primeiro filme, dirigido por Brian de Palma, é a estreia de sua produtora Cruise/Wagner.
Diretores famosos
A história retoma os códigos dos filmes de espionagem, mas os leva ao seu potencial máximo. Cada um dos diretores que o dirige deixa sua marca.
No primeiro capítulo, Brian de Palma cria uma obra cheia de suspense e adrenalina. Então John Woo fez o único filme considerado um fracasso pelos críticos, mesmo sendo um sucesso de bilheteria.
Eles são seguidos por J. J. Abrams, Brad Bird e, finalmente, Christopher McQuarrie, roteirista de “Os Suspeitos”, que dirigiu quatro episódios desde 2015.
De Palma, que considera “Missão: Impossível” o ápice de sua carreira, se recusa a filmar outra produção da franquia. Continuar a saga por tanto tempo “é pelo dinheiro”, lamenta ele.
Os ingredientes para o sucesso
A história é baseada principalmente em sequências espetaculares e altamente visuais. Os filmes são uma série de cenas perigosas, onde Cruise corre a toda velocidade, pilota uma motocicleta, salta entre prédios, faz acrobacias em um trem em um túnel entre Paris e Londres, se agarra a um Airbus A440 durante a decolagem, escala um penhasco…
A cena do cofre no primeiro filme continua sendo um dos momentos mais famosos. E Cruise raramente usa dublês. Sofreu acidentes ocasionalmente, como nas gravações de “Fallout” (2018), durante as quais fraturou o tornozelo em uma cena arriscada em Londres.
“Missão: Impossível” também é uma saga sobre globalização, levando os espectadores aos Estados Unidos e à Europa (da França à Ucrânia, passando pelo Reino Unido, Hungria, Vaticano, etc.), mas também à Austrália, Cuba, China, Índia, Marrocos, etc.
Bilhões nas bilheterias
A saga, um sucesso comercial e de crítica, custou muito dinheiro para ser feita, mas também é muito lucrativa. Orçamento total: cerca de US$ 1,5 bilhão (o equivalente a R$ 8,4 bilhões, na cotação atual). Se o primeiro filme da série “apenas” custou US$ 80 milhões (R$ 450 milhões), este novo custou mais de US$ 400 milhões (R$ 2,2 bilhões).
Antes da estreia do episódio final, “Missão: Impossível” já havia arrecadado quase US$ 4 bilhões nas bilheterias em três décadas.
Embora Cruise lance dúvidas sobre o assunto, tudo indica que “O Acerto Final” será o último filme da saga. Um sinal foi o trailer “de despedida”, com clipes das cenas mais icônicas desde 1996.