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Celebridades Morreu o crítico de cinema Rubens Ewald Filho, aos 74 anos. Com imensa importância para a cinefilia no Brasil, ele ficou mais conhecido pela noite do Oscar

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Crítico estava internado há quase um mês após sofrer desmaio seguido de queda em escada rolante. (Foto: Reprodução/Instagram)

O crítico de cinema Rubens Ewald Filho morreu nesta quarta-feira (19), aos 74 anos. Ele estava internado no Hospital Samaritano, em Higienópolis, na região central de São Paulo, desde maio, quando sofreu um desmaio em um shopping da capital e caiu na escada rolante. Dono de uma memória prodigiosa, ele impressionou milhões de telespectadores, ano após ano, durante a transmissão da cerimônia do Oscar, quando enfileirava os nomes de uma infinidade de artistas ligados ao cinema, bem como seus vastos currículos.

Para o público brasileiro, uma das grandes atrações do Oscar, além do resultado em si, era conferir a inesgotável cultura cinematográfica de Rubens por meio de comentários não “apenas” enciclopédicos como marcados por tom pessoal inconfundível – conforme evocado no livro “O Oscar e eu” (2003).

A projeção alcançada por Rubens se deve ao seu perfil comunicativo e ao trânsito por diversas mídias – jornais, rádios, emissoras de televisão. Vale lembrar que registrou seu extenso conhecimento em muitos livros, popularizados como sólidas fontes de consulta, a exemplo de “Os 100 melhores filmes do século 20”, “Os 100 maiores cineastas” e, principalmente, “Dicionário de cineastas”.

A versatilidade de Rubens fica comprovada na variedade de funções que exerceu ao longo do tempo. Na crítica, terreno em que obteve maior repercussão, escreveu sobre os lançamentos em salas de cinema e também em vídeo, DVD e TV. Levou seu patrimônio cinematográfico para a Globo, Cultura e o mundo da TV por assinatura (HBO, Telecine, TNT). Esteve à frente de alguns dos mais relevantes festivais de cinema do Brasil – como consultor do Projeto Paulínia Magia do Cinema/Polo de Cinema e curador dos festivais de Gramado e Paulínia.

Parece bastante, mas ele fez bem mais. Acumulou experiência em outros setores. Dirigiu montagens teatrais – como “Hamlet-Gasshô”, apropriação da peça de William Shakespeare, “Querido mundo”, de Miguel Falabella, e “O amante de Lady Chatterley”, de D.H. Lawrence. Trabalhou, raramente, como ator – em “Amor, estranho amor” (1982), de Walter Hugo Khouri.

Escreveu roteiros de dois filmes: “A árvore dos sexos” (1977), em parceria com Carlos Alberto Soffredini, Eugênia de Domênico e Mauricio Rittner; e “Elas são do baralho” (1977), com Roberto Silveira e Adriano Stuart, dirigidos por Silvio de Abreu. Com ele, aliás, assinou a novela“Éramos seis”,  adaptação do livro de Maria José Dupré, exibida no SBT.

Não parou por aí: colaborou, de maneira significativa, para a preservação da memória ao assumir a coordenação geral da Coleção Aplauso , composta por biografias de atores e diretores e publicações de roteiros.

Nascido em Santos, em 1945, Rubens não demorou a se interessar por cinema. Duas revistas o sensibilizaram particularmente: “Filmelândia” e “Cinelândia”. Desde os 11 anos, anotou em cadernos cada filme que viu, escrevendo os títulos e as informações básicas. Transitou por áreas distintas — Administração e Direito —, enfrentando, em casa, a oposição a seu desejo de trabalhar com cinema, profissão, contudo, que terminou ajudando no sustento familiar.

Seja como for, o cinema se manteve em primeiro plano. Foi seduzido pelas produções a que assistiu na juventude, considerando as décadas de 1950 e 1960 como as mais promissoras. Recebeu influência de críticos como Moniz Vianna, Sérgio Augusto e, posteriormente, Rubem Biáfora.

Além do Oscar, também comentou o Globo de Ouro e o prêmio do Sindicato dos Atores dos EUA.

Comentarista do Oscar na TV Globo nos últimos anos, Artur Xexéo resume por que o colega exercia a função de maneira exemplar:

“Identificar os atores que aparecem no palco do Oscar não é muita vantagem. Isso vem no roteiro. Mas ele era craque mesmo. Sabia dizer quem eram e conhecia os currículos de todos os atores que apareciam na homenagem aos mortos de cada ano. Isso não está em roteiro nenhum.”

Para Xexéo, Rubens refletia o cinema de seu tempo.

“Um tipo de cinéfilo que não existe mais, apaixonado por um cinema que não existe mais. Tornou-se uma referência como comentarista”, diz o jornalista e colunista do Globo. “Sem ele, a crítica de cinema fica menos divertida.”

Não há como resumir os feitos de Rubens Ewald Filho em poucas linhas, mas, de certo modo, uma expressão é suficiente para sintetizar toda a sua trajetória: paixão pelo cinema.

 

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