Quarta-feira, 29 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 19 de junho de 2020
Márcia Oliveira de Aguiar, mulher de Fabrício Queiroz – ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos) –, disse ao marido, em novembro do ano passado, que iria para São Paulo caso tivesse a prisão decretada, segundo informações do portal de notícias G1. Até a noite desta sexta-feira (19), ela era considerada foragida da Justiça.
Fabrício Queiroz foi preso no início da manhã de quinta-feira (18) em Atibaia, no interior de São Paulo. A prisão foi efetuada por agentes do MP (Ministério Público) e da Polícia Civil do Estado de São Paulo, no âmbito da Operação Anjo.
Ele foi encontrado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do MP, responsável pelos levantamentos no terreno e pela confirmação do alvo da operação, na propriedade de um advogado que presta serviços a Flávio Bolsonaro.
Os mandados de prisão e de busca e apreensão foram expedidos pela Justiça do Rio de Janeiro, a pedido do Grupo de Combate à Corrupção do MP daquele Estado, que investiga a participação de Queiroz em um esquema de “rachadinha”, em que servidores da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) devolviam parte de seus salários ao então deputado estadual Flávio Bolsonaro.
A troca de mensagens com o marido – na qual Márcia revela que se esconderia em São Paulo caso tivesse a prisão decretada – consta em investigação do MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) citada na decisão do juiz Flávio Itabaiana, da 27ª Vara Criminal do Rio de Janeiro.
O diálogo, segundo o órgão ministerial, ocorreu em novembro de 2019, quando o casal estaria cumprindo ordens de alguém com codinome “Anjo”.
Segundo o MP, “Anjo” teria “poder de mando”. A decisão não explicita quem seria a pessoa, mas numa das mensagens Queiroz contou a Márcia estar na casa de “Anjo”. O ex-assessor de Flávio Bolsonaro foi preso em uma casa do advogado Frederick Wassef que fica em Atibaia, no interior de São Paulo.
Na conversa, Queiroz diz a Márcia que “Anjo” pretendia mandar “todos” para São Paulo caso não vencessem o julgamento. Para o MP, o ex-assessor se referiu a sessão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o uso de informações do antigo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
Meses antes, Wassef conseguiu uma liminar no próprio STF interrompendo as investigações que utilizassem as informações indicadas em relatório do conselho. A decisão dos ministros da Corte não foi favorável ao advogado de Queiroz e de Flávio Bolsonaro, e permitiu o compartilhamento de informações sobre movimentações financeiras sem o aval da Justiça.
Márcia disse a Queiroz considerar ir para São Paulo caso houvesse a decretação da prisão. A casa onde Fabrício Queiroz foi preso estava registrada como sendo um escritório de advocacia. No entanto, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) não encontrou indícios de que no local funcionasse, de fato, um escritório. As informações são do portal de notícias G1 e da Agência Brasil.