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Brasil Mulher é libertada após ser mantida dois anos em cativeiro pelo marido

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Relato das mulheres são parte do inquérito para comprovar os crimes. (Foto: Reprodução)
Através de carta enviada à mãe, jovem conseguiu revelar que era submetida à violência. (Crédito: Reprodução)

Através de carta enviada à mãe, jovem conseguiu revelar que era submetida à violência. (Crédito: Reprodução)

Uma jovem foi libertada após passar dois anos sendo mantida em cativeiro pelo próprio marido, em Cuiabá, no Mato Grosso. A vítima, que tem 23 anos, era espancada, torturada, dopada por remédios e ameaçada pelo marido, que está com 37. Segundo a promotora de Justiça que acompanhou o caso, Lindinalva Rodrigues, a jovem era impedida de se comunicar com a família, era vigiada o tempo todo pelo esposo. Ele teve a prisão decretada e está foragido desde o dia do resgate da jovem, na fazenda da família dele em Rosário Oeste, a 133 quilômetros de Cuiabá.

Cárcere descoberto pela família da vítima. 

A situação de cárcere privado foi descoberta pela família da vítima, que nos últimos meses não conseguia contato com ela. Em uma carta entregue à mãe, a jovem relatou os abusos que sofria, revelou que estava presa dentro da própria casa e pediu ajuda. A vítima ficava sob vigilância do marido na casa onde moravam, no centro de Cuiabá. O homem, por causa do alto padrão financeiro de sua família, não trabalha e seria sustentado pelos pais. De acordo com testemunhas e do relato da própria vítima, ela conheceu o esposo quando tinha 12 anos.

A jovem não tinha acesso a telefone, celular, televisão, internet ou qualquer outro tipo de contato fora da casa. “Sabe o que é uma mulher nunca poder ir ao banheiro sozinha? Ele batia nela todas as semanas, era espancada e não podia ir nem na porta de casa sozinha, era sempre vigiada. Nunca saiu sozinha. E, se saísse, era sempre de cabeça baixa, só podia levantar quando ele falasse. Ela vivia assim há dois anos”, descreveu Lindinalva.

Na residência do casal a polícia encontrou diversos medicamentos, supostamente os que ele obrigava a mulher a tomar, além de um revólver. O marido controlava tudo: desde as roupas que a mulher vestia até as coisas que ela poderia fazer na casa.
“Se eles saíssem para um lugar, não importasse o quanto tempo fosse ficar longe [de casa], ela não podia entrar num banheiro público, porque lá dentro poderia pedir o celular de alguém para ligar e pedir socorro ou encontrar alguém. Ela teve até problemas de saúde porque teve que segurar o xixi por muitas horas e passou mal”, lembrou a promotora.

Tortura física e psicológica. 

Para a promotora, fica claro a tortura física e psicológica sofrida pela mulher, além de um trauma vivido por muitos anos. “Ela afirma que a única companhia que tinha era a de um cachorrinho. Ela conversava com esse animal como se ele fosse uma pessoa, dizia que parecia que ele a ouvia e entendia a tristeza dela. Ela estava retirada do mundo e existia apenas para servi-lo. Mas ele nunca estava satisfeito. Esse tipo de homem, abusador e agressor, nunca está satisfeito. Sempre ele queria mais, controlava a roupa, sapato, o tipo do cabelo, o que ela podia falar, o que ela podia fazer. Um completo agressor, uma violência de gênero muito típica”, lamentou Lindinalva.

Apoio da mãe.

No final do ano passado, a mãe da jovem veio passar um período com a filha. Conforme a promotora, a jovem conseguiu entregar, escondido do marido, uma carta para a mãe onde revelava a situação que vivia. Depois desse ocorrido, a família passou a desconfiar do marido. Algum tempo depois, o pai da jovem ficou doente com câncer e a família a procurou novamente para contar sobre a situação.
“Ninguém conseguia falar com ela, o marido sempre dizia que ela estava na fazenda. Um familiar veio para Mato Grosso e foi até a casa sem avisar. A encontrou dopada e chorando muito. Essa moça era tratada como uma ‘coisa’, um objeto. A suspeita é de que não tenha sido a primeira mulher que ele trata dessa forma”, estimou a promotora.

Parentes preveem impunidade. 

Os parentes procuraram a promotoria e registraram um boletim de ocorrência na Polícia Civil. No entanto, o marido, ao saber da visita da família, levou a jovem até a fazenda dos pais, em Rosário Oeste. Uma equipe policial foi até a propriedade rural, onde procurou pela jovem e pelo suspeito. Porém, o marido se escondeu no local e levou a mulher junto. “Somente depois que a polícia saiu a família o convenceu de entregar a jovem. Mas a própria família disse que ele não vai ser preso de jeito nenhum porque eles têm muito dinheiro e influência”, afirmou a promotora. O mandado de prisão do marido foi decretado pela juíza Ana Cristina Silva Mendes, da Vara Especializada de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de Cuiabá.

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https://www.osul.com.br/mulher-e-libertada-apos-ser-mantida-dois-anos-em-cativeiro-pelo-marido/ Mulher é libertada após ser mantida dois anos em cativeiro pelo marido 2016-04-22
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