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Polícia Mulher que matou o filho na cidade gaúcha de Planalto é condenada a mais de 30 anos de prisão

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Defesa de Alexandra Dougokenski pretende recorrer da sentença

Foto: Divulgação/TJ-RS
(Foto: Divulgação/TJ-RS)

Após três dias de sessão na cidade de Planalto (Região Norte do Estado), na noite desta quarta-feira (18) o júri popular condenou Alexandra Salete Dougokenski a 30 anos e 2 meses de reclusão e 6 meses de detenção pelo assassinato do filho caçula Rafael Winques, 11 anos, em 2020. A sentença levou em conta homicídio qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual e falsidade ideológica.

A defesa pretende recorrer da decisão. Alexandra, 35 anos, já está em uma penitenciária feminina desde a época do incidente e chegou a sentar no banco dos réus em março do ano passado, mas o julgamento acabou suspenso pouco mais de 10 minutos após a abertura dos trabalhos.

O motivo foram questões técnicas levantadas pela defesa, que abandonou a sessão. A atitude foi duramente criticada, inclusive pelo prejuízo de R$ 160 mil aos cofres públicos com o adiamento, já que um tribunal havia sido improvisado em clube da cidade.

Resumo

Presidido pela juíza Marilene Parizotto Campagna (que leu a sentença por volta das 23h30min desta quarta-feira) e integrado por quatro juradas e três jurados, o julgamento começou na segunda-feira (16) no Foro da Comarca de Planalto. Foram ouvidas em plenário dez testemunhas e informantes, incluindo familiares da acusada, o pai e professoras da vítima e delegados de Polícia.

Pela defesa atuaram os advogados Jean Severo, Filipe Trelles e Mayara Juppa. Já no lado da acusação, representaram o Ministério Público (MP) os promotores Diogo Taborda, Marcelo Tubino e Michele Dumke, além do advogado Daniel Tonetto como assistente de acusação.

Comoção

Rafael Mateus Winques foi morto na madrugada de 15 de maio de 2020. Alexandra inicialmente procurou a Polícia Civil para comunicar o desaparecimento do menino. Autoridades e membros da comunidade se mobilizaram durante dez dias para encontrar a criança, até que os investigadores, desconfiados com atitudes e depoimentos da mulher obtiveram a confissão.

Ela alegou ter matado o filho por overdose acidental de calmante Diazempam, que havia ministrado para supostamente acalmá-lo em um momento de agitação noturna. Ainda de acordo com sua versão, ao perceber que o menino estava morto, decidiu ocultar o corpo no pátio da casa de uma família vizinha, que estava viajando.

O crime gerou comoção e repercutiu nacionalmente. Ao longo do inquérito, porém, a mulher acabou entrando em contradições e um laudo pericial apontou que a verdadeira causa da morte havia sido estrangulamento (asfixia mecânica com o uso de uma corda).

“Todo o conjunto probatório aponta para uma morte intencional, provocada por ação voluntária e desejada”, frisou a corporação. Ela também mudaria posteriormente a sua versão sobre a autoria do crime, dizendo-se inocente e colocando a culpa no ex-marido, pai do garoto.

A investigação apontou que Rafael vinha, de forma reiterada, desobedecendo às ordens de Alexandra no que diz respeito ao uso de jogos eletrônicos ao celular. Dias após a confissão, a mulher mudou a sua versão do fato, atribuindo as marcas no pescoço do garoto ao deslocamento de seu corpo até a casa vizinha.

“A investigada perdeu o controle da situação e foi até a área de serviço, pegou uma corda, fez um laço e estrangulou Rafael”, declarou o Departamento de Homicídios. “O menino se debateu, caiu no chão e sofreu lesão na costela, aspecto confirmado pela necropsia.”

Em seu depoimento na época, Alexandra alegou ter deixado o filho no quarto, com a corda no pescoço, e que retornou minutos depois. Sem conseguir encarar a face do menino morto, ela envolveu a cabeça da vítima em uma sacola de plástico e tomou o corpo nos braços. O passo seguinte foi levar até uma área de serviço na casa ao lado, já sabendo que ali havia uma caixa e que os donos do imóvel estavam viajando”.

Ainda de acordo com o inquérito, a mulher agiu sozinha. Na avaliação dos investigadores, todos os elementos permitiram concluir que não houve cúmplices e que o irmão de Rafael, um adolescente de 17 anos, permaneceu alheio ao crime mesmo estando em casa.

Ele dormia em um quarto ao lado ao do caçula, mas nada viu ou ouviu, pois – a exemplo da vítima – também se divertia ao celular. Além disso, utilizando fones de ouvido e permanecia de cobertor até a cabeça, a fim de evitar que a mãe também o repreendesse pelo gesto àquela hora.

(Marcello Campos)

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