Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 29 de novembro de 2015
Pela primeira vez as mulheres participam como candidatas em uma campanha eleitoral na Arábia Saudita, país ultraconservador do Golfo onde elas seguem submetidas a inúmeras restrições civis e políticas. Precedidas de uma campanha de 12 dias, as eleições municipais de 12 de dezembro são as primeiras da história do país abertas às mulheres como eleitoras e candidatas.
Estas eleições “nos darão confiança”, já que “se queremos desenvolver ou reformar nosso país, temos que colocar as mulheres em todos os níveis de decisão”, afirmou Nasima al-Sadah. Ela é candidata em Qatif e parece satisfeita com o número de mulheres candidatas às municipais, embora lamente o baixo número de eleitoras.
O desafio é imenso neste reino que aplica uma versão rigorosa do islã. A Arábia Saudita não tem sequer uma ministra e é o único país do mundo onde as mulheres não têm o direito de dirigir.
Também só podem sair em público se estiverem cobertas dos pés à cabeça, não podem trabalhar, casar ou viajar sem a autorização de um homem da família ou marido, e são proibidas de comer sozinhas em restaurantes. Ainda assim, o rei Abdallah ensaiou durante seu reinado (2005-2015) um tímido processo de abertura. Após organizar as primeiras eleições municipais, ele outorgou em 2011 às mulheres o direito ao voto e à elegibilidade. Dois anos depois, nomeou mulheres para um conselho consultivo.