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Saúde Mulheres contam como reconquistaram a autoestima após a cirurgia de câncer de mama

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Resultados do estudo poderão orientar futuras terapias personalizadas para a doença. (Foto: Divulgação)

Quando recebeu a notícia de que o nódulo que havia sentido em um autoexame na sua mama era um câncer, a manicure Sílvia Lacerda, de 56 anos, sentiu como se o mundo estivesse acabando. Ela já havia percebido a presença do pequeno caroço ao apalpar a mama e exames mais específicos revelaram que, na verdade, haviam dois e ambos eram malignos.

Parecia que o mundo tinha acabado para mim. Eu era viúva e meu filho, na época, era adolescente. Senti como se fosse morrer no dia seguinte e ia deixá-lo sozinho”, conta a manicure, que recebeu o diagnóstico no final de 2013 e, já no início de 2014, foi submetida a uma mastectomia (cirurgia de retirada total da mama).

A retirada total ou de parte de uma mama pode ser mais um processo traumático durante o tratamento do câncer de mama, com grande impacto sobre a autoestima das pacientes, já que os seios têm, para muitas mulheres, uma relação profunda com sua feminilidade e com sua própria identidade. Mas muitas têm encontrado formas de lidar com essa dor através do acolhimento psicológico, da própria reconstrução cirúrgica ou até mesmo de tatuagens, que têm o poder de ressignificar a cicatriz deixada pela cirurgia.

Foi o que Silvia fez, alguns anos depois de ter a mama esquerda retirada. Em 2017, ela colocou um implante e começou a participar do grupo Camaleão de acolhimento para pacientes da doença na cidade de Porto Alegre, onde mora. “Com o apoio da minha família, do meu filho, fui me reerguendo e tive coragem para enfrentar a situação. Depois da cirurgia, não me sentia mutilada ou como se tivesse perdido um órgão, me sentia feliz por estar viva”, conta a manicure.

No início deste ano, ela completou sua jornada com o que estava faltando: uma linda tatuagem de flores sobre a cicatriz da mama onde fez o implante. “Eu nunca tive vergonha da minha cicatriz, mas comentei com a minha psicóloga sobre esse tipo de tatuagem, que tinha visto numa reportagem, e ela me indicou para Stella e para o Gabriel. Quando vi a tatuagem pronta, foi emocionante. Me sentia ainda mais linda. Eles levantaram a minha autoestima. Era o que estava faltando. Se eu pudesse eu andava com o seio de fora para dar força para as outras mulheres.”

Stella e Gabriel Nanni, a quem Silvia se refere, são os idealizadores do projeto Tattoo Truck Tour, um estúdio itinerante de tatuagem com o qual mãe e filho rodam a América do Sul e, por onde passam, transformam cicatrizes de mulheres que tiveram câncer de mama em obras de arte através da campanha Transformando Vidas. O projeto havia sido interrompido por causa da pandemia, mas acaba de ser retomado pela dupla.

Somos de família de médicos e eu sempre me questionei sobre como ajudar as pessoas com a minha arte. Uma conhecida que teve câncer de mama contou muito emocionada sobre a tatuagem que fez e, então, nós decidimos investir e nos encontramos nisso. Fazemos a reconstituição do mamilo com tatuagem 3D ou a cobertura da cicatriz com qualquer desenho que a mulher deseje”, conta Stella.

Podem fazer a tatuagem mulheres com cicatrizes de pelo menos um ano, maiores de 18 anos e que não estejam fazendo quimioterapia ou radioterapia. A cada cidade que visitam, os tatuadores entram em contato com grupos de apoio a mulheres com câncer de mama e oferecem o serviço de maneira gratuita.

A mastologista Maria Júlia Calas, vice-presidente regional da Sociedade Brasileira de Mastologia no Rio de Janeiro, afirma que seguindo esses critérios, não há contraindicação para a tatuagem.

É preciso fazer no período certo, mas se o médico liberar, não há problema. Eu particularmente acho as tatuagens lindas”, afirma a médica, reforçando o impacto que a perda da mama costuma ter sobre as pacientes. “Na minha experiência, vejo que a perda da mama é uma perda importante e significativa para a mulher, independente da idade ou do tamanho da mama.”

Para Monique Sanches, de 38 anos, o apoio do marido e dos amigos também têm sido fundamental, até porque, o desafio que está enfrentando se revelou ainda maior. Depois de fazer a retirada do tumor da mama em 2013 e de quase cinco anos de tratamento, a dona de casa descobriu novos tumores e recebeu o diagnóstico de metástase quando o câncer se espalha para outras partes do corpo. Ela ainda segue em tratamento, desde 2018.

Confesso que o primeiro diagnóstico foi mais difícil de receber que esse. Acho que agora estou mais acostumada. Nunca tinha conhecido ninguém que teve câncer, foi tudo muito novo”, conta.

Monique revela que encontrou uma aliada inesperada nesse processo, que tem lhe ajudado a manter a autoestima e a força para enfrentar a doença: a maquiagem. “Minha vaidade e minha autoestima eram baixas. Minha oncologista indicou fazer uma sessão de fotos no Outubro Rosa do ano passado e, com toda a produção, tive vontade de aprender. Fiz um curso com a minha vizinha, que é maquiadora, e isso me ajudou muito. Ela colore não só meu rosto, mas a vida e a alma”, relata.

A autoestima para mim, está além da aparência física. Está também na aceitação e na força para o enfrentamento, nesse caso, do câncer. Sempre digo, parar nunca, desistir jamais. Tenho uma esperança por dia”, completa. As informações são do jornal O Globo.

 

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https://www.osul.com.br/mulheres-contam-como-reconquistaram-a-autoestima-apos-a-cirurgia-de-cancer-de-mama/ Mulheres contam como reconquistaram a autoestima após a cirurgia de câncer de mama 2020-10-19
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