Segunda-feira, 22 de setembro de 2025
Por Redação O Sul | 19 de setembro de 2025
Localizado no município de Piratini (Sudeste do Estado), o Museu Histórico Farroupilha (MHF) recebeu a doação de uma ponta de lança de três-galhos, modelo “meia-lua”, utilizada na Guerra dos Farrapos (1835-1845). O artefato é de fabricação francesa, com data em torno de 1760, e foi doado pelo empresário hoteleiro Volnir Junior dos Santos, o “Tchê Voni”, gaúcho de São Francisco de Paula (Serra) e radicado em Natal (RN) há 25 anos.
A peça foi utilizada pelos lanceiros de Antônio de Souza Netto e esteve presente em batalhas como a de 26 de maio de 1843, em Ponche Verde, quando Netto e Bento Gonçalves enfrentaram as tropas de Bento Manuel Ribeiro. Diretora da instituição, Luiza de Lima Rodrigues salienta:
“A chegada dessa peça é um marco na preservação de nossa história. Trata-se de um objeto carregado de simbolismo e de valor cultural, que testemunhou momentos decisivos da Revolução Farroupilha”.
Essa iniciativa incrementa os esforços do programa “Acervos da Cultura”, que tem por objetivo ampliar e qualificar o acesso da sociedade a memórias preservadas pelas instituições da Secretaria de Estado da Cultura (Sedac). Com isso, contribui-se para que o legado histórico do Rio Grande do Sul permaneça vivo e disponível às futuras gerações.
Fundada em 1953, a instituição é mantida pelo governo do Rio Grande do Sul, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Sedac). Sua localização em Piratini se deve ao fato de a cidade ter sido a primeira capital do movimento farroupilha, deflagrado há quase 200 anos e que colocou em lados opostos uma parte dos gaúchos e as forças do governo central brasileiro, então sob regime de monarquia.
Contribuições fundamentais
Essa não é a primeira vez que “Tchê Volni” colabora para o acervo do Museu Histórico Farroupilha. Em janeiro de 2020, o jornal “O Sul” noticiou a iniciativa de um colecionador particular em ceder de forma permanente quase mil peças relacionadas ao conflito armado.
Em destaque, centenas de livros – incluindo raridades – e artefatos como armas de época e balas de canhão, além de moedas com a cunhagem da “República Rio-Grandense” e um exemplar original do passaporte que dava acesso à república farrapa durante o período da Revolução Farroupilha.
Uma equipe da Sedac foi ao encontro do empresário no Nordeste do País para conferir o material e dar início aos trâmites relativos ao transporte para o Rio Grande do Sul, posteriormente realizado pela Força Aérea Brasileira (FAB) e Exército. Antes do gesto nobre, o acervo da instituição era de aproximadamente 600 itens. Para quem ainda não conhece esse trabalho, um bom começo é acessar o site museufarroupilha.rs.gov.br.
(Marcello Campos)
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